
Nasce em 1977, a 21 de dezembro, em Amiens. Em 1994, com 17 anos, muda-se para Paris. Em 2004, completa o curso na prestigiada ENA (École Nationale d’Administration) e torna-se inspetor das Finanças. Em 2008, abandona a função pública, rende-se ao setor privado e conduz, pelo Rothschild and Company, um dos bancos mais influentes de França, a fusão entre a Nestlé e um ramo alimentar da Pfizer, negócio de nove mil milhões de euros que lhe oferece o status de milionário.
Em 2012, chega a ministro (Economia) da República do Governo de Manuel Valls, com François Hollande no Eliseu. Em 2016, anuncia a candidatura à eleição presidencial francesa. Em 2017, com 39 anos, é eleito 25.º presidente de França, o mais jovem de sempre da história do país. Na vida privada, em 2007, casa com Brigitte Trogneux, antiga professora de francês, 24 anos mais velha, paixão de adolescência contrariada pela família.
Estas são datas fundamentais no percurso de Macron – Emmanuel ou “filho de Deus”, nome escolhido pelos pais por ter sido o primeiro a nascer depois da morte do primogénito -, um de três filhos de um casal de médicos, criado por uma avó, professora universitária, influência essencial no crescimento de um aluno brilhante, apaixonado por música clássica (sobretudo Schumann e Liszt) e por piano, que toca desde os dez anos, por desporto – futebol, sobretudo o do Marselha, ténis, boxe e esqui -, por teatro e por filosofia.
Autor de uma tese sobre Maquiavel e personalidade com várias faces, complexa, insondável, cautelosa nas amizades, parecendo apenas confiar em Brigitte, mediática paixão e esteio fundamental de uma carreira planeada com método por um homem “afetuoso mas calculista”, de “esquerda”, segundo a autobiografia publicada em 2016, social liberal para uns, social-democrata para outros, ex-militante do Partido Socialista francês (2006/2009), ligado à fação conotada com a terceira via de Blair e de Gerhard Schröder, fundador de um partido politico próprio – Em Marcha -, numa época em que não se via “como um homem político” e se afirmava a meio caminho entre patrões e sindicatos, apesar de ter defendido a liberalização das leis do trabalho, centrismo que levaria de vencida a candidata de extrema-direita Marine Le Pen e que, dois anos e meio depois, cai definitivamente pela base: hoje, com o país em greve geral, milhares de franceses nas ruas acusam-no de estar pelos patrões contra os trabalhadores e de ser “o presidente dos ricos”, contestação violenta que poderá levar à cedência no projeto de reforma das pensões que defende. Externamente, pelo contrário, não cedeu: atacado por Trump, por ter declarado a NATO “em morte cerebral”, não só não se retratou como reafirmou a ideia polémica.