Dar sangue no verão, salvar vidas em dez minutos

Foto: André Gouveia/Global Imagens

Texto NM

As reservas de sangue atingem o período mais crítico nos meses de verão e, portanto, é necessário chamar a atenção de todos para que os hospitais não fiquem sem o líquido que corre nas veias. Ter entre 18 e 60 anos, mais de 50 quilos de peso, e ter, de preferência, hábitos saudáveis, são os requisitos para dar sangue. E dar sangue salva vidas.

“Hoje em dia, dar sangue é um ato muito simples, bastando apenas dez minutos para se poder salvar a vida de uma ou mais pessoas. Nos últimos anos, tem-se verificado uma diminuição do número de dadores de sangue e de dádivas de sangue”, revela Alberto Mota, presidente da Federação Portuguesa dos Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES). A população dadora está muito envelhecida. Apesar de se notar um aumento no número de dadores entre os 18 e os 24 anos, esta fatia de dadores continua a representar apenas 15% da população dadora portuguesa.

Em 2017, atingiu-se o número mais baixo de dadores e de dádivas desde 2012

A cada dois segundos, alguém precisa de sangue. Há, portanto, necessidade de aumentar a frequência dos dadores nos locais de colheita e de chamar mais jovens que consigam repor a quantidade suficiente de sangue em falta, já que há dadores que ficam impossibilitados de dar sangue devido à idade ou a doenças. E há que desmistificar mitos associados à dádiva de sangue.

“Existem muitos mitos associados à doação e especialmente no tempo mais quente, muitas pessoas acham que o desmaio é algo que está ligado à doação de sangue, é uma ideia errada. É importante que a seguir à dádiva o dador coma ou beba qualquer coisa para que não fique num estado de fraqueza.”

Há unidades móveis ou locais de recolha permanente para dar sangue e a FEPODABES tem, durante o mês de agosto, várias ações de recolha de sangue (os locais podem ser consultados em www.fepodabes.pt ou www.ipst.pt).

Nos últimos 12 anos, tem havido variações nas dádivas de sangue. Na região Norte, o Centro de Sangue e Transplantação do Porto contribui com 41,6% das dádivas nacionais. A Madeira é a região com menor número de recolhas de sangue. E as recolhas feitas no Centro de Saúde da Grande Lisboa têm vindo a diminuir ao longo dos anos.