Dez coisas que pode dizer às crianças em vez de “pára de chorar”

mentiras

"Não chores", "Isso não é nada", "Não sejas mariquinhas", "Tu vê lá se queres chorar com razão." Frases que até podem fazer as crianças engolir as lágrimas no momento, mas também lhes dão a ideia de que os seus sentimentos não são importantes. E nós, pais, não queremos de modo nenhum que deixem de confiar em nós.

CONTA-ME O QUE ACONTECEU

Dê espaço à criança para explicar o que lhe aconteceu, com empatia e sem a julgar, permitindo-lhe extravasar a avalancha de emoções que a perturba. Os miúdos são como nós, qual é o espanto? Sentem-se seguros quando são tratados com compreensão e respeito ao exprimirem o que lhes vai na alma.

ESTOU A OUVIR-TE

E isto significa saber escutar, de facto, o que quer que seja que o seu filho tenha para lhe dizer aqui, agora. Miúdos com pais incapazes de ouvirem com seriedade as pequenas coisas tornam-se, por sua vez, adultos incapazes de contarem aos pais as grandes coisas das suas vidas. Já para não falar no facto de as pequenas coisas, para uma criança, nunca serem irrisórias.

AMO-TE

Não é só dizer ao seu filho que gosta dele, como se gosta de gelado ou de bolo de chocolate. É dizer-lhe que o ama, com todas as letras, e mostrar-lhe na prática que o reconhece, confia nele e vai sempre ampará-lo e amá-lo independentemente das escolhas que fizer. Não há choro que resista ao amor.

PREFERES FICAR SOZINHO/A?

E depois acrescentar as palavras mágicas: “Quero que saibas que estou aqui para ti. E vou ficar por perto para que possas chamar-me se precisares de mim.” Se a criança mostrar não querer a sua presença, é importante respeitar. Isto sem nunca dar a entender que se está a afastar por desaprovar o comportamento dela ou como castigo.

EU PERCEBO

Até pode parecer que o melhor é tentar resolver de imediato o problema ou a frustração por que a criança está a passar, contudo nem sempre é disso que ela precisa verdadeiramente: apenas sentir que o pai ou a mãe a compreendem, sem fazerem com que se sinta desadequada nem lhe dizerem que nada daquilo faz sentido.

ESTOU AQUI CONTIGO

Mais uma vez, há certos momentos em que isto é tudo o que um filho necessita de saber: que os pais estão lá para ele, ligados às suas dores, a fazerem-no sentir que o amam e não vão a lado nenhum, aconteça o que acontecer. Muitas das vezes nem sequer têm de dizer ou fazer nada: só ficarem ali ao lado dele.

VI QUE FICASTE TRISTE

“Ou assustado/a, ou furioso/a. E não faz mal, às vezes eu também fico assim.” Saber que os pais sentem o mesmo que elas deixa as crianças aliviadas: afinal é normal, que alívio. O facto de depois lhes darem aquela atenção amorosa não só as ajuda a libertarem-se da mágoa como reforça os laços familiares.

POSSO FAZER ALGUMA COISA?

Como pais, é esta a melhor maneira de criarmos um filho para a empatia: sermos os primeiros a saber pôr-nos no lugar dele e mostrar-lhe que reconhecemos o seu sofrimento (emocional ou físico), respeitamos a pessoa que é e nos interessamos genuinamente pela sua vida.

QUERES UM ABRAÇO?

É capaz de ser o antídoto mais poderoso para momentos de descontrolo emocional, em que a criança já está para lá de toda a lógica: um abraço apertado sossega, ameniza choros e birras, promove o desenvolvimento cognitivo e imunológico, fortalece o vínculo entre pais e filhos. Se os quer ter perto do coração, é abraçá-los.

SEI QUE ISSO É DIFÍCIL

“A sério que sim, meu amor. Mas eu vou ajudar-te.” Muitas vezes, é quase só disto que o seu filho precisa: saber que reconhece os seus sentimentos e lhes dá importância, sejam eles quais forem. No fundo, saber que se importa com ele e o aceita exatamente como é.