Bon Jovi ajuda funcionários públicos que passam fome

Foto: EPA/ELLEN SMITH

Texto de Pedro Emanuel Santos

Desde 21 de dezembro que cerca de dois milhões de funcionários públicos dos Estados Unidos não recebem salários. A culpa direta é do chamado “shutdown”, o maior da história do país e que surgiu depois de Donald Trump ter visto recusada pelo Congresso e pelo Senado a atribuição de 5,7 biliões de dólares para a construção do polémico muro com o México. Como faltou entendimento político e Trump não conseguiu o que quis, o Orçamento para 2019 está congelado por falta de aprovação, logo não há dinheiro para o básico, nem que seja pagar salários. Museus, parques, bibliotecas, tudo o que seja gerido pelo Estado está fechado por falta de pessoal.

Um mês depois de o “shutdown” ter tido início, são inúmeros os relatos dramáticos de trabalhadores sem dinheiro para gerir o básico no dia a dia. Inclusive para comer. E aqui entra o popular Jon Bon Jovi, vocalista da banda homónima responsável por êxitos como “Bed of Roses” ou “It’s My Life”.

O cantor tem um restaurante sem fins lucrativos e está a oferecer refeições gratuitas a funcionários públicos e respetivas famílias que atravessam dificuldades. Quem quiser pode deslocar-se ao JBJ Soul Kitchen, em Red Bank, pequena cidade no estado de New Jersey, e almoçar ou jantar sem qualquer encargo.

Jon Bon Jovi não é o único famoso solidário com os funcionários públicos americanos que não recebem salário. Também o chef espanhol José Andrés, dono de uma cadeia de restaurantes e fundador da associação World Central Kitchen, que se destina a fornecer refeições a pessoas afetadas por catástrofes naturais, abriu portas a todos os que pretendam matar a fome. Andrés, que chegou a ser sugerido para Nobel da Paz por anteriores ações de solidariedade, convidou ainda outros chefs a seguirem o exemplo.