As paredes não têm de ser todas iguais

Texto de Sara Dias Oliveira

É um regresso ao passado, ao tempo em que não se via ponta de branco nas paredes. Só que agora com novos padrões, texturas, materiais. Como se quiser, porque o papel de parede também se personaliza.

O ano de 2019 é para dar espaço à natureza, à sua beleza e luxúria. O cardápio decorativo é, ainda assim, diversificado. Há de tudo um pouco: motivos florais, tropicais, geométricos, estampados, infantis, retro, geométricos dos anos 1970. Há ainda os que não são aquilo que parecem, ou melhor, os que imitam madeira, cimento, cortiça, tijolos, pedra, peles, tecidos, metais.

O papel de parede está na moda e são várias as cores e desenhos preparados para forrar qualquer divisão da casa. Afinal de contas, as paredes também podem ter estilo e um ar moderno e arejado.

A versatilidade é uma virtude. A imaginação também. A dupla de designers Pedro Andrade e Rosário Alves criou a Dezaine de Parede há 12 anos em São João da Madeira. Primeiro no Parque América, agora na Oliva Creative Factory. Variedade não falta e até há um toque de portugalidade. Há papel com galos de Barcelos, cravos vermelhos, calçada portuguesa, filigrana.

Este ano, adianta Rosário Alves, “a inspiração base no design de papéis de parede é a natureza e a sua exuberância, a terra e o aconchego que estes elementos nos dão”.

As cores não destoam, seguem essa linguagem, e andam pelos laranjas e vermelhos, mais os beges quentes, a lembrar o entardecer. O verde também está na moda, em várias tonalidades, dos mais azulados aos mais secos e amarelados. “Em termos de motivos, a selva, as florestas, as plantas e o apontamento de alguns animais mais exóticos são elementos marcantes que irão compor os padrões”, sublinha a designer. Pedro Andrade confirma a tendência do papel que se cola às paredes. “Há mais procura, há mais oferta”, diz.

A Paperback, no Porto, tem papel de várias marcas e está ao dispor do que o cliente quiser. Uma imagem, qualquer que seja, transforma-se num papel de parede. Alberto Brito Cunha, dono da loja, refere que, neste momento, são as flores e os ambientes exteriores que moldam as preferências nesta área decorativa. “Ambientes que fazem lembrar o jardim e o ar fresco”, especifica.

Mais a sul, a Anipal – Ateliê de Decoração de Interiores, em Loures, tem também uma grande variedade, cerca de 60 catálogos de várias marcas. A decoradora Cristina Lopes, da Anipal, dá algumas dicas na execução técnica: “Na aplicação, usamos cola de papel e a parede deve estar lisa por baixo, de forma a não se notar nenhuma imperfeição”. Acertar o desenho do papel é fundamental, bem como tratar da humidade da parede antes de mudar o seu visual.