
Patrícia Franco percebeu que é possível tricotar com os dedos, técnica denominada como finger knitting, quando privou com o trabalho da artista checa Blanka ŠSperková. Corria o ano de 2008 e a joalheira portuense procurava uma “forma de complementar a exposição de vários ourives, para que não fosse apenas uma soma de trabalhos”. Contactou Blanka e convidou-a a participar, dando a conhecer o seu trabalho.
Um ano depois, Patrícia começou a desenvolver a técnica e estabeleceu ligação entre o têxtil tradicional – o tricô – e a arte contemporânea, recorrendo ao uso de metal: “Tentei arranjar formas de fazer com os dedos, sem nenhum tipo de agulha, porque a agulha acaba por determinar uma escala. Demorei mais de um ano a descobrir como fazer”.
A artista de 42 anos trabalha em volta de um tubo maciço de madeira, material que não danifica o arame. O resultado surge rapidamente. Patrícia Franco opta por “coleções orgânicas, muito associadas ao que não vemos da fisiologia humana”. Entre esculturas aéreas, candeeiros, caixas e peças de joalharia, desenvolve objetos em que inclui fio têxtil inteligente, que acumula luz de dia para brilhar à noite.
Patrícia não conhece quem trabalhe o finger knitting em Portugal a não ser as suas alunas. “A técnica é fácil depois de se perceber o funcionamento.” Acedeu há dois anos e meio aos muitos pedidos para que transmitisse o que aprendeu: dá workshops de crochê, tricô e finger knitting com metal em diversos locais, em Lisboa e no Porto.