As correntes estão aí

Por Sara Oliveira

Meia volta, a moda tira notas do passado do armário, reinventando usos e adaptando tendências antes usadas aos gostos da atualidade, como acontece com as correntes que, nos anos 1980, estiveram tão em voga e voltam a dar graça a acessórios ou a estampados em peças de vestuário.

Como padrão, as correntes emprestam sofisticação aos visuais. E o designer Diogo Miranda prova isso na coleção outono-inverno. Vestidos, blusas, saias e até cintos destacam o elemento tão em alta nesta estação e que é “uma tendência revivalista”, nota o criador. Diogo inspirou-se “na elegância de Catherine Deneuve no filme ‘Indochina'”, sugerindo propostas “mais clássicas”. Um estilo que há muito conquistou Meghan Markle, que, ainda grávida, elegeu um vestido Victoria Beckham com correntes verdes. Os fãs da duquesa de Sussex gostaram e as marcas low cost não tardaram a oferecer sugestões à sua imagem, que continuam a fazer sucesso entre as mulheres.

As correntes oferecem “versatilidade, adaptando-se a diferentes estilos”, do formal ao mais descontraído, deixando “de se associar a uma imagem de bairro ou de cultura marginal, passando a abraçar o luxo”, reconhece o stylist João Silva. Habituado a vestir figuras públicas, João Silva lembra que “a Versace foi uma das primeiras marcas a ter correntes e continua a usá-las muito, mas a Moschino agora também surpreendeu, colocando-as em locais inusitados e como print”.

Nos pés, os sapatos, as botas ou os botins também levam correntes. E podem ser do género roqueiro (e até mais rebelde) ou sensual, dependendo do modelo em questão. O resultado final soma-se ao gosto pessoal e do que se combina na composição do look, sendo certo que os brilhos cederam espaço aos elos da imaginação, surgindo detalhes acorrentados aos mais diversos produtos.