Anabela Baldaque: “Ainda acordo a meio da noite para desenhar”

Foto: Pedro Granadeiro/Global Imagens

Por Sara Dias Oliveira

Vejo Bem…

Sou muito curiosa. Curiosa de coisas no sentido de estar sempre a querer um novo desafio. Sou bichinho carpinteiro. O que as pessoas fazem é o que me dá substrato para criar roupa.

O sentido de humor. Isso pode ser visível nas minhas coleções, através das misturas que faço dos padrões, texturas e cores. Apesar de muito simples, as minhas peças têm muita cor. A vida tem de ter sempre cor. Tenho consciência que o meu sentido de humor nem sempre é detetável, pode estar escondido, mas não vivo bem sem ele.

Sou generosa. Naturalmente generosa. Acredito na parte boa de toda a gente. Sou assim e quero continuar assim. E é uma generosidade familiar, que está nos genes.

Vejo Mal…

Muito teimosa. Tudo o que penso, gosto de fazer. Sou muito de acreditar nas coisas. Ainda borbulho de ideias, ainda acordo a meio da noite para desenhar. E sigo o meu caminho até ver que estou errada.

Demasiado arrumada. O que, para mim, é um defeito. Faço muita coisa: coleção de verão, coleção de inverno, vestidos de noiva. Tenho de ser arrumada senão perco-me no meio das coisas. Ao arrumar, arrumo as ideias.

Trato mal o meu carro. Sempre cheio de linhas, de alfinetes, de bocados de tecidos. Tem muitas esmurradelas e vai poucas vezes à lavagem automática. E os objetos também têm de ser estimados.