Qualquer teoria que explique a longevidade de se oferecer peúgas não pode passar ao lado disto: são resquícios de tempos em que a austeridade exigia presentes escassos e práticos. O apreço por se receber agasalhos para os pés tende a aumentar em paralelo com a idade. E, no entretanto, as meias natalícias viraram cultura autónoma.
Tiago Monteiro ainda não encontrou explicação, mas é para a Áustria que The Captain Socks, a empresa que fundou há um ano, vende mais meias.
Meias com desenhos criados pelo próprio Tiago, 33 anos, formação em Marketing, num estilo que define como “minimalista” e que saem de uma fábrica na Lousã em lotes temáticos.
Foi a gama “Doctor Socks” que alavancou a marca no mercado internacional, um mercado que representa 70% do negócio, só através da venda online. Por cá também se encontram em algumas lojas multimarca.
E também há “Xmas Socks”. As meias hiper coloridas e com padrões efusivos são peças omnipresentes nos dezembros do Mundo Ocidental, variações pronto-a-calçar das que se penduram em lareiras e janelas para serem preenchidas com presentes por São Nicolau ou pelo senhor das barbas e renas fixado pela Coca-Cola. Para as “Xmas Socks”, Tiago Monteiro usou “dois símbolos da quadra”, o pinheiro e o Pai Natal, “mas não queria que fossem extravagantes”.
Solução: máquinas de 200 agulhas, diz, permitem “diminuir a proporção dos desenhos” usados. Dando-lhes mais definição – e um volume inaudito de clientes austríacos.