Alfinetes: uma joia de inseto (e outras miudezas)

 

As memórias da infância trazem imagens de avós de alfinetes no vestuário, algumas com imagens dos maridos ao peito. Atualmente o acessório é usado por mulheres de todas as idades e nunca foi tão versátil. Embora as temáticas sejam muito variadas, motivos da natureza e animais parecem dominar a oferta portuguesa.

“Associamos os alfinetes de peito a peças mais conservadoras, mas hoje em dia há exemplares giríssimos que podem ser usados de formas que não a tradicional. Depende do objeto, mas tem mais a ver com a personalidade e a maneira de estar do que propriamente com a idade”, explica Maria João Bahia. Contudo, a reconhecida designer de joias leiriense admite que, “tal como o chapéu, nem todas as mulheres usam com regularidade, pois trata-se de um objeto diferenciador”.

Maria João recorda que o primeiro alfinete a que deu forma remonta ao início da carreira, há quase 40 anos. A ourives de 57 anos afirma que a procura por este acessório é uma “questão de moda” e, embora seja um “complemento muito feminino”, o público masculino também o utiliza.

Já Diana Vieira, neta do fundador da joalharia Monseo, constata que “atualmente o alfinete é um acessório menos procurado, embora seja uma peça super atual”. A portuense de 33 anos afiança que “pode ser usado por pessoas de qualquer faixa etária, desde que se saiba adequar ao styling”.

A também diretora criativa da Monseo começou a “colaborar de forma mais séria em 2006”, ano em que o primeiro alfinete que desenhou – uma aranha – saiu do papel. Diana assegura que o objeto continua atual: “A marca procura que sejam peças contemporâneas mas que tenham valor intrínseco. Se há algo antigo é a técnica, que aliada aos materiais garante a qualidade, mas a imagem é trabalhada para a mulher contemporânea, para que daqui a cem anos continue atual”.