Texto de Filomena Abreu
JANEIRO | Brasil
Messias no poder. O que vai rolar?
Antes que o bicho pegasse, Alexandre Borges mandou-se para Portugal. O brasileiro de 39 anos aterrou em maio. A mulher e os filhos pouco depois. “Estava difícil.” É o que já se sabe: a escalada de violência e a crise económica não lhes deram alternativas. Vendeu o negócio que tinha na restauração para começar uma nova vida, no Porto. E foi daqui que assistiu à cerimónia de investidura de Jair Bolsonaro. Pela televisão. “Com certeza.” Adaptada, a família “adora Portugal”, de onde, por vontade de Alexandre, já não vai sair. Ele, que não chegou a ir às urnas, confessa que era em Bolsonaro que apostaria.
FEVEREIRO | Ajudas do Estado à banca
Cair em saco roto
A mulher de Rui Alves tentou explicar à neta de dez anos o que se passou com o dinheiro que tinham no banco. Durante 40 anos, disse-lhe, pouparam para encher um copo com água: “Metade para o avô e para a avó. A outra metade para a filha e para a neta. Acabámos com menos de metade”. Rui Alves é um dos lesados do BES. “Fui quase roubado em casa, porque o banco onde pus a minha vida estava a 50 metros da minha casa. Eles sabiam quem éramos. Apanharam as pessoas e deram-lhes cabo da existência, das reformas.”
Desde que a crise financeira e económica eclodiu no país, o apoio, resgate ou nacionalização de alguns dos bancos instalados em Portugal – BES, CGD, BPN, Banif, BPP – já custou quase 16 800 milhões de euros. As ajudas de Estado à banca portuguesa e a garantia ao financiamento concedido através do Banco Europeu de Investimento (BEI) foram aprovadas pela primeira vez em 2008, para estabilizar os mercados financeiros através da concessão de garantias a operações de financiamento de instituições de crédito elegíveis.
O segundo pacote de emergência teve luz verde em junho de 2013, através do qual o Estado garantia aos bancos os empréstimos concedidos através do BEI às empresas em Portugal. Em agosto de 2018, a Comissão Europeia decidiu prolongar esse apoio até 9 de fevereiro de 2019. O regime permitirá a continuidade do financiamento concedido pelo BEI à economia real e evitará a rutura do crédito atribuído pela entidade europeia através de todos os bancos que participam no regime.
Rui Alves tem 65 anos, vive em Matosinhos e até agora só conseguiu reaver 30% do que perdeu. Não tem qualquer confiança na banca. “Eu percebo a juventude de hoje. Poupar para quê? Para depois os bancos fazerem desaparecer o nosso dinheiro? A nós, os lesados, ninguém resolve o problema.”
MARÇO | Brexit
God Save the United Kingdom
O Brexit tem dia e hora marcados. A 29 de março, às 23 horas, a vontade democrática do povo britânico faz-se valer e o país deixa de fazer parte da União Europeia. Fala-se em deslocalização de indústrias. Em perda de investimento. Em fuga de cérebros. Certo é que a relação do Reino Unido com a Europa vai mudar. E os contornos dessa diferença só serão claros com o tempo.
Carina Machado é uma das muitas portuguesas que trabalha e reside em Londres. Há cinco anos e meio. Trabalha numa empresa de moda. “Gosto bastante da cidade, mas ainda digo com frequência que tenho uma relação amor-ódio.” Porque o futuro é incerto, tem-se mantido “informada”, lendo notícias sobre o assunto.
“Sei que a decisão vai afetar-me.” Porém, enquanto o “tudo pode acontecer” de Carina não a transtorna, vai levando os dias. Recebendo a visita dos amigos lá. Regressando à sua casa, sempre que pode, cá.
O tratado, que está a ser debatido no Parlamento de Westminster, deverá será votado em janeiro. A primeira-ministra, Theresa May, enfrenta dificuldade para o aprovar. Precisa de 320 votos. E o Partido Conservador, do qual faz parte, tem na bancada 315 deputados.
Além disso, há parlamentares conservadores que anunciaram o seu voto contra. Um dos pontos mais controversos é a questão da fronteira da Irlanda do Norte – que faz parte do Reino Unido – com a República da Irlanda, que é independente e integra a União Europeia.
De seguida, o acordo de saída, negociado durante 21 meses, será votado pelo Parlamento Europeu. O Reino Unido é o primeiro país a sair do bloco comunitário desde a sua fundação, consagrada no Tratado de Roma em 1957, tendo sido também o primeiro a juntar-se aos seis fundadores, em 1973.
ABRIL | Mudança da hora
Acertar relógios ou estragar a rotina
Para António Pitães, relojoeiro bracarense, a questão não tem ciência. “O atual horário de verão e de inverno devia manter-se.” António Costa, primeiro-ministro, concorda e já o comunicou à União Europeia. Uma posição que vai contra a proposta da Comissão de acabar com as mudanças de hora sazonais a 27 de abril de 2019.
Esta data até pode vir a alterar-se, mas o que está em agenda é que os Estados-membros têm até abril para notificarem a Comissão Europeia sobre a intenção de aplicar permanentemente a hora de verão ou a hora de inverno, deixando de existir regimes bi-horários.
De acordo com um comunicado do Executivo comunitário, “a última mudança obrigatória para a hora de verão ocorreria a 31 de março de 2019, um domingo. Em seguida, os Estados-membros que desejassem mudar permanentemente para a hora de inverno poderiam fazer uma última alteração a 27 de outubro de 2019, também um domingo. Após essa data, as mudanças de hora sazonais deixariam de ser possíveis”.
Pelo menos 80% dos 4,6 milhões de europeus que responderam a um questionário preferem manter sempre o mesmo horário. Entre as principais motivações apontadas pela Comissão estão os efeitos negativos para a saúde, o aumento dos acidentes rodoviários e a inexistência de poupanças de energia.
O Observatório Astronómico de Lisboa defende que o atual regime bi-horário faz com que se tire o máximo partido do sol. António Pitães, 69 anos, queria continuar a acertar duas vezes por ano os três relógios de cuco que tem em casa. “Às vezes a gente muda para perceber que estávamos melhor antes.”
MAIO | Eleições europeias
O coração do Velho Continente à prova
Sofia Colares Alves vive há 20 anos nos corredores das instituições europeias. Hoje em dia, a missão da atual Chefe de Representação da Comissão Europeia em Portugal passa por fazer a ponte entre o país e a comunidade. Das muitas tarefas que tem em mãos há uma que a vai ocupar mais nos próximos meses: a mobilização dos portugueses para as eleições europeias que acontecem no país a 26 de maio.
O crescimento do populismo faz deste sufrágio uma prova de fogo à essência da Europa. “É difícil prever o que se vai passar. Os pessimistas falam em fragmentação dos partidos e na abertura aos mais populistas (de direita e de esquerda). Eu penso que, apesar desse terreno conquistado, há reações positivas ao populismo.”
Governantes e membros dos vários partidos têm-se desdobrado no apelo ao voto. Sofia Colares Alves recorda que a abstenção em Portugal é muito alta. “Se queremos que a Europa continue a ser um projeto de paz e de democracia, assente na dignidade humana e na liberdade, temos de reagir. E em força. Votando. O futuro da Europa depende de cada um de nós.”
Realizadas de cinco em cinco anos, as eleições europeias servirão para escolher 705 deputados para o Parlamento Europeu. Portugal mantém os 21 assentos que tem na atual legislatura. Para o ano, todas as lideranças institucionais serão renovadas. No fundo, o que vai acontecer entre 23 e 26 de maio de 2019 – a ida às urnas não ocorre no mesmo dia em todos os países – é um conjunto de 27 eleições simultâneas, com regras ligeiramente diferentes entre elas. Mas o projeto europeu pretende manter-se único e para todos.
JUNHO | Final da Liga das Nações
Palcos a Norte, grande espetáculo no Dragão
É a segunda vez que Portugal recebe a fase final de uma prova da UEFA. Desta vez, os palcos estão montados apenas a Norte, em Guimarães e no Porto. A final, a 9 de junho, acontece no Estádio do Dragão. Portugal, Suíça, Inglaterra e Holanda vão dar tudo o que têm na primeira edição da Liga das Nações, um campeonato bianual de seleções europeias que reúne os 55 países membros da União das Federações Europeias de Futebol.
Além do troféu, a vitória permitirá um encaixe de seis milhões de euros, que se juntam aos 4,5 milhões por já terem chegado à fase final. A competição também fará parte do processo de qualificação para o Campeonato Europeu de Futebol de 2020. Ricardo Carvalho, diretor de gestão de infraestruturas do Estádio do F. C. Porto e “main contact” do clube na Liga das Nações, sente-se “orgulhoso”.
A organização do evento já leva um ano. “Por parte do F. C. Porto estarão cerca de 30 pessoas envolvidas no processo, em áreas tão distintas como manutenção, segurança, informática ou hospitalidade.” O mais complicado tem sido “gerir os requisitos das diversas entidades e empresas que vêm trabalhar no Estádio do Dragão”. Apesar de habituados a receber jogos internacionais, “estes em particular obrigam a uma alteração completa de alguns espaços”.
Por outro lado, é “gratificante o sentimento de superação e de dever cumprido, que decorrem de muitas semanas de trabalho árduo e intenso”. Por isso, no caso de uma vitória da seleção das quinas, o orgulho será redobrado. Todavia, se o resultado final não for o pretendido, Ricardo Carvalho garante que tal “não ensombraria o desenvolvimento pessoal e profissional que estes torneios oferecem, nem os laços de amizade que se criam”.
JULHO | Descentralização
Sete especialistas, às segundas, para uma decisão
Antes de tudo, “é preciso que as fronteiras estejam bem definidas”. Para Júlia Gradeço, diretora do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Bairro, em Aveiro, se isto falhar a descentralização nunca terá sucesso.
Foi criada em agosto e começou a funcionar em outubro de 2018 a Comissão Independente para a Descentralização, com a tarefa de avaliar a organização e funções do Estado, aos níveis regional, metropolitano e intermunicipal, bem como alinhavar um plano de desconcentração de entidades e serviços públicos.
Todas as semanas, às segundas-feiras, sete especialistas independentes nomeados pelos partidos políticos (o PCP e Verdes não nomearam ninguém) reúnem-se para pensar o tema. O mandato fixado por lei dá-lhes até 31 de julho de 2019 para apresentarem propostas concretas. Até lá, silêncio. Não para Júlia Gradeço, 63 anos, com 12 anos de experiência na partilha de competências com o poder político local.
“Sou francamente a favor da descentralização. Uma administração de proximidade pode ser mais eficiente do que uma dependente de Lisboa.” A sua preocupação é que “cada um saiba o seu papel neste processo, que não pode funcionar como uma caça ao voto. O grande desafio da descentralização é o entendimento entre autarquias e demais instituições. Para bem das populações”.
Em paralelo a este processo vai arrancar a transferência de responsabilidades para as autarquias em várias áreas, com uma descentralização de competências que será feita de forma gradual até 2021, em que cada município terá liberdade para decidir o ritmo necessário para assumir responsabilidades que até agora eram do Governo, nos setores da educação, saúde, proteção civil, habitação, cultura ou policiamento de proximidade.
AGOSTO | Incêndios
O mês em que o país arde
Em agosto de 2018, o maior incêndio do ano na Europa queimou 27 mil hectares em Monchique. Uma enorme coluna de fumo cobriu o litoral algarvio e fez, mais uma vez, valer uma dura verdade: o país transforma-se todos os verões em cinza.
Verónica Costa, 25 anos, bombeira voluntária em Valongo, sabe disso quase desde que nasceu. O bisavô era bombeiro. O pai bombeiro. O irmão e o primo bombeiros. Não há grande explicação. “Está-nos no sangue.” Cresceu no quartel. Uma segunda casa desde os seis anos. “Somos uma grande família.” Claro que tem outro emprego. Trabalha num restaurante. É assim que paga as contas que o amor à camisola não consegue.
Mas quase todos os dias vai à corporação. E uma vez por semana tem piquete. Em agosto troca o biquíni pela farda. É a missão que lhe arde no peito. Chega a ir trabalhar de direta. “Quando a sirene toca não pensamos duas vezes.” Nunca teve vontade de desistir: “Como se abandona aqueles que estão a ver tudo o que têm ir à vida? Temos de ajudar”.
A jovem sente que a população cada vez mais reconhece essa luta. “Sabe bem ouvir um obrigada.” Verónica é bombeira 365 dias por ano, “mas a grande parte das pessoas só se lembra de nós em agosto”. Defende que bombeiro devia ser profissão.
“Trocaria logo o restaurante pela farda. É a minha vocação.” Mas entende que nem todos possam acalentar esse sonho. Todavia, bastariam outros apoios. “Não arriscamos a vida por dois euros à hora. Dois euros que só tem quem está destacado para essas equipas.” E repete: “Chega-nos um agradecimento”.
SETEMBRO | Julgamento de Luís Pina
Guerras entre claques
Marco Ficcini foi mortalmente atropelado a 22 de abril de 2017 junto ao Estádio da Luz, na véspera do dérbi entre Sporting e Benfica. A vítima, de 41 anos, fazia parte de uma claque da Fiorentina, o Club Settebello, e era simpatizante do clube de Alvalade. Estava em Portugal para assistir ao jogo.
Luís Pina, 35 anos, adepto do Benfica, que investiu contra os sportinguistas naquela noite, pôs-se em fuga depois do incidente. Tinha ligações à claque dos encarnados No Name Boys. Entregou-se à Polícia Judiciária alguns dias depois. Alega que o seu carro foi apedrejado e que o acidente resultou de uma tentativa de fuga.
A 11 de setembro de 2019, Luís Pina, acusado de homicídio, começa a ser julgado. “O que muitas vezes acontece é que se confunde futebol com fanatismo.” A frase pertence ao novo presidente do Leixões Sport Club. Jorge Moreira é professor de Geografia e o ex-líder da claque do emblema de Matosinhos, Máfia Vermelha. Até agora era também responsável pelas escolinhas do clube.
Ele, melhor do que muitos, saberá que o futebol tem bastante de emoção. Mas diz estar empenhado em incutir, principalmente nos adeptos mais novos, uma filosofia diferente. Para evitar que a rivalidade termine como o acidente descrito nas linhas acima.
“Eu sofro com o estigma de ser líder de uma claque. Se pertencemos a uma somos logo rotulados de delinquentes ou marginais. Por isso, é preciso humanizar o futebol. Transmitir valores e incutir o respeito pelo outro. Porque estamos do mesmo lado, embora as camisolas tenham cores diferentes.”
OUTUBRO | Eleições legislativas
“Passou a tarde a olhar para a televisão”
Tinha 25 anos quando finalmente conseguiu votar. Foram as primeiras eleições livres, para a Assembleia Constituinte, pós-revolução dos cravos. Dia 25 de abril de 1975. Desde então, Carlos Sá, 67 anos, militante do PCP, é veterano nas mesas de voto. Falhou apenas algumas vezes para ser candidato, o que o obrigou a assumir outras funções.
A 6 de outubro de 2019 lá estará, para cumprir a tradição e acumular histórias. E já são tantas. Que nesta página se registe pelo menos uma. “Na década de 70, um dos elementos da mesa era profissional de corrida de automóveis. A meio da manhã, lembrou-se que à tarde haveria uma corrida. Como não se podia ausentar, aproveitou a hora de almoço para trazer uma televisão para a sala, sob protesto dos demais colegas. Hoje, isso não aconteceria. Naquele dia, o presidente da mesa, passou a tarde a olhar para a televisão.”
A escolha da data das legislativas é da responsabilidade do presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa tomou a decisão após ouvir todos os partidos com assento parlamentar, que chegaram a um entendimento: a campanha eleitoral não teria especial peso no mês de agosto, quando a grande maioria dos portugueses está de férias. E garante que haverá tempo para aprovar o Orçamento do Estado. Carlos Sá acredita numa vitória do PS. A duvida é se com ou sem maioria.
“O resultado é que depois vai condicionar o futuro.” E, até lá, tudo pode mudar. Mesmo para o PSD. Da última vez, os portugueses estavam convictos de que governaria o partido com mais votos. Em 2019 têm a experiência de uma outra solução. E estão mais conscientes de duas coisas: o populismo tem feito caminho em diversos pontos do planeta e, de facto, o voto conta.
NOVEMBRO | Sanções à Venezuela
“O Governo incentiva a roubar”
António Alves Pereira, natural da Granja, Vila Nova de Gaia, foi, aos 69 anos, o último da sua família a regressar a Portugal. Chegou a meio de dezembro, para ficar. Na mala, trouxe o que pôde, do muito que um dia teve. No coração, “uma grande tristeza”. Resulta dos 57 felizes anos que passou numa Venezuela que já não reconhece. Veio por arrasto, no maior êxodo populacional da história recente da América Latina. Por causa da situação que o país atravessa.
“Menosprezam as pessoas. O governo insulta toda a gente. Incentiva a roubar. Prende e mata. O sistema esquerdista não é fácil.” A crise política, económica e humanitária na Venezuela está na lista de “urgências” da diplomacia da União Europeia. A 13 de novembro de 2017 entraram em vigor sanções contra alguns dos altos cargos venezuelanos, por violações dos direitos humanos e por atividades contrárias à democracia e ao Estado de direito.
Há embargo a armas e um veto a material que possa ser utilizado para “repressão interna”. Objetivo: pressionar o governo de Nicolás Maduro a mudar de política. De pouco ou nada tem adiantado. A contínua degradação obrigou o Conselho Europeu a renovar as medidas restritivas até 14 de novembro de 2019, enquanto trabalha na comunicação com o país.
António já cá está. E apesar de tudo, está “muito contente”. Cheio de vitalidade, não consegue pensar na reforma. E tem fé de que algo se há de arranjar. “Ainda não está tudo feito.” A cabeça volta a Caracas. “Oxalá a Venezuela venha a ser outra vez a grande terra que eu e tantos portugueses conhecemos.”
DEZEMBRO | Roaming
Falar a toda a hora, cá como lá
Começou por ligar das cabines de estrada. Uma vez por semana. Rápido. Só para ouvir a voz da filha e dizer que estava bem. Fátima Carvalho tem na memória os avanços do tempo no que às chamadas para casa diz respeito. Foram muitos. E lentos. Das moedas por impulso aos cartões, terminando nos telemóveis. Com tarifários altos e carregamentos que só podiam ser feitos em Portugal.
“No início, embora a empresa desse um equipamento, era muito caro falar para a família.” Natural do Porto, está habituada a correr a Europa. Fátima tem 44 anos feitos e é camionista há 14. Sempre ao lado do marido mas longe da filha, agora com 22. Há um antes e um depois do roaming (tarifas pagas pelo uso de telefones móveis no estrangeiro).
Em fevereiro de 2017, a União Europeia chegou a um acordo informal sobre o fim das tarifas dos telemóveis utilizados noutro Estado-membro. A medida entrou em vigor quatro meses e meio depois. “Foi uma maravilha.” Hoje, quando vai para fora, Fátima pega no telemóvel e não só ouve como vê a filha. E paga tanto como se estivesse a fazê-lo no seu país.
“Falamos a toda a hora. E até por videochamada. Às vezes, fazemos viagens de uma semana e a sensação que temos é de que não saímos de casa. Estamos sempre a par de tudo.”
A Comissão Europeia propôs que as novas regras fossem avaliadas a cada dois anos. O primeiro relatório será apresentado a 15 de dezembro de 2019. Para Fátima, a conclusão é simples: “Foi uma medida mesmo muito boa”.