A vertiginosa procura de máquinas desportivas

Os primeiros relógios de pulso de que há registo são do século XIX e eram considerados um adereço feminino. Mas o acessório só se tornou realmente popular entre os homens na Primeira Guerra Mundial, dada a necessidade dos soldados atentarem ao passar do tempo. Atualmente são objeto de desejo de ambos os sexos e não falta quem colecione estas peças que “normalmente são constituídas por cerca de 250 componentes”, de acordo com António Serafim, responsável pelo RPN, um ateliê em Lisboa de venda e reparação de relógios em segunda mão.

Serafim assegura que “a procura por máquinas desportivas, em aço e vintage, em detrimento das clássicas e em ouro, tem aumentado nos últimos três, quatro anos”. A explicação, diz, está no facto de marcas suíças como a Patek Philippe, a Audemars Piguet e a Rolex terem diminuído a produção de relógios desportivos de aço, provocando o aumento de preço e consequente valorização no mercado.

Nasceu assim uma moda. Como as marcas de luxo ditam tendências, “os fabricantes foram atrás e passaram a produzir mais relógios de aço desportivos”, explica o responsável pelo RPN.

Também Paulo Neves, proprietário da relojoaria Marcolino, no Porto, considera que, “ao nível dos relógios de luxo, predominam os desportivos em aço, com mostradores pretos, caixas a rondar os 40mm, braceletes em aço e com movimento automático”. Idem para o segmento intermédio/baixo, “com a exceção de que os tamanhos são um pouco maiores e o movimento predominante é o quartzo”.