Texto de Pedro Emanuel Santos
Chama-se Gabriela Aquim, é médica, tem 38 anos e uma história de vida que dava um filme dramático com final feliz. No início deste mês, Gabriela não só deu à luz como conseguiu amamentar a filha recém-nascida. Nada de especial não fosse o facto de um violento cancro a ter obrigado a retirar totalmente uma das mamas e quase completamente a outra.
A história foi contada pelo site “Crescer” e está a emocionar o Brasil. Ainda por cima foi registada para a posteridade pela lente de Bárbara Aviz, uma das mais premiadas fotógrafas de partos a nível mundial.
Gabriela Aquim é da cidade de Joinville, no estado brasileiro de Santa Catarina, e foi lá que, em 2011, ficou a saber que um cancro se espalhava pela mama direita e a obrigaria a duras sessões de quimioterapia e radioterapia depois de os médicos a informarem, também, que não havia outra solução que não a remoção integral do seio doente.
“O meu sonho era tornar-me mãe e precisava vencer o cancro para realizá-lo”, contou Gabriela Aquim. Venceu-o, mas não totalmente.
Quando tudo parecia correr bem, novo exame revelou o aparecimento de um quisto benigno na outra mama. Por cautela, os médicos aconselharam Gabriela a retirar parcialmente o seio esquerdo, adiando-lhe novamente a possibilidade de ser mãe e colocando em dúvida as probabilidades de algum dia poder vir a engravidar.
O certo é que o corpo humano por vezes transcende-se para lá do que a ciência permite adivinhar. E. no ano passado, depois de várias tentativas frustradas que resultaram em abortos espontâneos, esta brasileira de fibra recebeu a notícia que sempre desejou: a gravidez decorria sem problemas e seria mãe.
“Espero que a minha história sirva de exemplo para que as pessoas nunca percam a fé e a esperança e acreditem nos seus sonhos”, disse Gabriela Aquim ao “Crescer”. Só que as boas notícias não ficaram por aí. Além de uma gravidez e partos tranquilos, ela, quase inexplicavelmente, gerou o leite com que agora amamenta o filho de dias.
“Durante a gravidez, eu até senti que a mama esquerda estava a crescer. Mas não imaginava que era o tecido mamário a reorganizar-se, gerando a possibilidade de eu amamentar”, descreveu a mãe da pequena Giulia.
Uma autêntica mulher de garra.