
Texto de Filomena Abreu
Apesar de serem o ponto máximo da liberdade democrática, as eleições têm diversas versões pelo Mundo. Na verdade, votar – um direito que tantos optam por dispensar – ainda é um privilégio acessível a só metade da população mundial.
Mas não por falta de conhecimento do sistema representativo, uma prática que poderá ter tido início com as civilizações greco-romanas. Embora haja historiadores que acreditam que a votação começou com celtas e hindus a escolherem os seus líderes políticos. De uma forma ou de outra, os livros estão cheios de restrições na hora da votação. Quando as eleições surgiram na cidade de Atenas, no século V a.C., apenas um quinto da população podia participar.
Os métodos também foram variando consoante os tempos e as vontades de quem dinamizava os sufrágios. Por volta do século II a.C., os romanos lembraram-se de criar um recipiente onde os votos deviam de ser depositados. Assim nasceu a urna de voto ou urna eleitoral. Antes, a intenção era proferida publicamente, o que punha em causa o processo eleitoral livre. Já durante a República Romana foi introduzido o voto secreto.
O próprio eleitor registava a escolha com uma caneta numa placa de madeira e cera que depois depositava numa urna. No Reino Unido, a primeira votação secreta com boletins e urna aconteceu em Pontefract, uma cidade do condado de West Yorkshire, a 15 de agosto de 1872.
A urna original, usada nesse dia, permanece no museu da cidade. Em muitos países a votação é eletrónica, como no Brasil. Noutros é efetuada em caixas transparentes, como em França, para impedir fraudes. Em Portugal as urnas não são todas iguais, mas o ato de votar dá-nos, sem exceção, um poder valioso: voz.