Oito dicas para um beijo perfeito

Nem vale a pena ler as dicas que se seguem se não acautelar este requisito por isso comece por perder cinco minutos a escovar os dentes antes de um encontro. Se por alguma razão não puder fazê-lo, tenha sempre à mão pastilhas de mentol ou coma uma maçã, que lhe deixará a boca fresca.

Ainda a propósito do hálito, mas a merecerem uma alínea própria, vêm os cigarros, cigarrilhas e afins: longe vai o tempo em que fumar era considerado tão rebelde e sexy que o outro relevava o sabor a cinzeiro na boca. Já para não falar do cheiro no cabelo e nas roupas.

Um bom beijo é muito mais do que colar os lábios e mexê-los de forma descontrolada, enfiando a língua até à garganta do outro: afinal de contas, quer beijar o outro e não asfixiá-lo. O momento da aproximação e a forma como ela acontece importam, por vezes até mais do que o beijo em si.

Também o beijo propriamente dito deve começar de forma suave, com movimentos delicados e nada de língua, até perceber se o outro está a ficar recetivo a este avanço. Deixe-o respirar e respire com ele, sem sofreguidão, a saborear. Um bom beijo deve ser sensual, não desesperado. Mais uma vez, beijar é diferente de inanimar o parceiro por asfixia.

Sim, é legítimo querer exibir os seus dotes beijoqueiros, porém isso nunca terá o efeito pretendido se não prestar atenção, antes de mais, à linguagem corporal do outro. Escute o que ela lhe diz a cada instante para perceber que tipo de beijo dará, a quantidade de língua, sinais de desânimo ou a validação de que está no caminho certo.

Querer liderar e mostrar iniciativa é bom, mas convém também saber escutar os ritmos do outro e permitir-lhe que os vá intercalando com os seus. Beijar bem tem sobretudo a ver com sentimento e adaptação, mais do que com técnica. Quanto mais foram variando durante o beijo, mais imprevisível ele se torna.

Se nos servimos deles para tudo, porque não também para beijar? Depois de já lhe termos dito o que deve fazer em relação ao hálito e ao tabaco (olfato e paladar) e ao contacto das bocas (tato), fica a faltar sugerir que olhe o outro nos olhos e lhe fale ao ouvido. Toque-lhe no rosto, no pescoço, nos braços, nas costas. Use o corpo para beijar aonde o beijo não chega.

É como na condução: antes de parar completamente o carro para estacioná-lo – e neste ponto espera-se que o beijo esteja a ser alucinante –, convém ir desacelerando primeiro. Aqui pode fazê-lo com um beijinhos para aligeirar a energia, ou um olhar, ou uma festa (ou os três). Vale tudo menos deixar o outro à toa antes de se desligar dele.