A Notícias Magazine recorda-lhe sete dos mais marcantes casos de suicídios coletivos.
Guiana – 1978
Foi o suicídio coletivo mais massivo de toda a história. Em 1978, na Guiana, território da floresta amazónica, 914 pessoas decidiram pôr fim à vida. A maior parte terá ingerido sumo de uva com veneno (cianeto) e sedativos, mas, entre as vítimas, foram também encontradas marcas de facadas e de tiros. Tudo aconteceu entre a seita “Templo do Povo”, liderada pelo norte-americano Jim Jones. O que começou por ser uma tentativa de construir um mundo ideal na selva (10 mil hectares dedicados a “uma sociedade autenticamente socialista, por fim livre de todo o racismo, sexismo e discriminação contra os velhos”, preconizava o fundador) depressa mereceu a atenção do Governo norte-americano, até pelas queixas que iam surgindo entre membros da comunidade. O final trágico precipitou-se quando Leo Ryan, um deputado federal que tinha estado na Guiana para visitar o acampamento, foi assassinado. Jim Jones conseguiu convencer todos que a CIA estava de olho no acampamento e que só lhes restava uma saída: o suicídio. O desfecho foi… o que se sabe.
Filipinas – 1985
Anos depois, o cenário repete-se nas Filipinas. Apesar de o número de vítimas ter sido consideravelmente mais reduzido (60), o modus operandi foi em tudo idêntico. Só que, em vez de Jim Jones, o mandatário da mortandade coletiva foi o guru Datu Mangayanon, que distribuiu comida envenenada pelos 69 membros da tribo Ata, pondo também termo à própria vida. Cinco elementos da tribo acabariam por sobreviver.
Coreia do Sul – 1987
Na década de 1980, também a Coreia do Sul foi palco de um suicídio coletivo. Aconteceu em Yongin, nos arredores de Seul. Os 32 mortos foram encontrados dentro de uma fábrica, onde trabalhavam os integrantes de uma seita liderada pela sacerdotisa Park Soon-Ja (também encontrada morta). Estavam amarrados e amordaçados. A autópsia revelaria a ingestão de um veneno altamente potente.
Vietname – 1993
Em 1993, no Vietname, foi a promessa do paraíso que levou 53 habitantes do bairro de Ta He, a 300 quilómetros de Hanói, a pôr fim à própria vida. Fizeram-no com armas de fogo, sob a liderança do chefe Ca Van Liem. A parte (ainda) mais macabra é que entre as vítimas estavam 19 crianças.
Suíça e Canadá – 1994
Um ano depois, em nome da seita “Templo Solar”, um suicídio coletivo que atravessou continentes. A maior parte dos mortos (48) foram encontrados na Suíça (numa fábrica e em três chalés), mas também houve vítimas do outro lado do oceano, mais precisamente no Canadá – foram encontrados cinco corpos, entre eles o de um bebé. Registos apreendidos pela polícia do Quebec mostraram que, antes do suicídio, os membros da seita doaram mais de um milhão de dólares para o líder do grupo, Joseph Di Mambro.
França – 1995
Em 1995, a mesma seita volta a deixar um rasto de mortandade, desta vez em Grenoble, França. Neste caso, 16 pessoas decidiram morrer carbonizadas, com contornos particularmente rebuscados: foram encontradas na cama de um dos quartos… formando a figura de uma estrela. Em ambos os casos, os membros do “Templo Solar” deixaram cartas de despedida em que falavam da morte como uma “fuga das hipocrisias e opressão deste mundo”. Curiosamente, todas as tentativas de suicídio ocorreram por volta das datas dos equinócios e solstícios.
Estados Unidos – 1997
Eram anjos que desceram à Terra vindos de outros planetas e só com a morte poderiam voltar ao local de origem. Foi esta a crença que, em 1997, esteve na origem do suicídio de 39 pessoas no bairro de San Diego, na Califórnia. Pertenciam à seita “Heaven’s Gate” (Portal do Paraíso). Alguns membros masculinos do grupo foram submetidos a castração voluntária, em preparação para “a vida que os aguardava após o suicídio”.