Seria capaz de ter sexo com um robô?

Texto NM | Fotografias da Shutterstock

Se já temos robôs para cozinhar, ajudar nas tarefas domésticas e servir na indústria, a seguinte questão é pertinente e coloca-se: até que ponto seria capaz de ter sexo com um robô jeitoso que nunca se queixasse, estivesse sempre presente, disponível e não o/a quisesse apresentar à família?

Em 2050, sexo com robôs será uma prática comum.

A avaliar por um estudo da YouGov, empresa líder internacional de pesquisa de mercado baseada na internet, muita gente o faria – mais concretamente 24% dos homens e 9% das mulheres de um total de 1146 adultos norte-americanos inquiridos. Destes, 49% crê que fazer sexo com robôs ter-se-á tornado uma prática comum em 2050, mais até do que o sexo entre humanos.

Para Noel Sharkey, professor emérito de robótica e inteligência da Universidade de Sheffield, Reino Unido, uma incógnita em relação a estes dispositivos passa pelo aspeto: irão eles parecer verdadeiramente humanos no futuro? «Não os vejo como tal nos próximos 50 anos. Serão sempre um pouco assustadores», confessa o especialista, cauteloso. «Além de que as suas atuais habilidades para “conversar” são péssimas», acrescenta (como se alguém se importasse).

Robôs poderão vir a ser usados em bordéis e até como companhia para solitários e idosos.

Ainda assim, num relatório intitulado O nosso futuro sexual com os robôs – em que procura avaliar o impacto desta mudança de paradigma na sociedade, com a necessidade de se legislar à altura –, Sharkey admite que robôs poderão vir a ser usados em bordéis (em Barcelona já existe um que só opera com bonecas sexuais de aparência humana), como um novo modelo de cura sexual e até como companhia para solitários e idosos.

É um facto: com o tempo, temos vindo a desenvolver uma certa afeição por androides – basta pensar na relação natural que muita gente estabelece com a Siri, a assistente pessoal inteligente da Apple que usa processamento de linguagem natural para responder a perguntas, fazer recomendações e executar ações.

«Os robôs terão capacidades emocionais que os habilitam a todos os tipos de trabalho. Desses, um dos mais importantes será cuidarem de nós dando-nos companhia e, porque não?, sexo», diz o especialista Ian Person.

E assim sendo, mais depressa seremos capazes de sentir algo por robôs inteligentes e interativos nas próximas três décadas, mesmo sendo eles feitos de silicone e metal articulado, confirma o futurologista Ian Pearson, que falou a este respeito no Mobile World Congress de 2017 (a maior exposição do mundo para a indústria móvel).

«Os robôs terão elevadas capacidades emocionais que os habilitam a todos os tipos de trabalho. Desses, um dos mais importantes será cuidarem de nós dando-nos companhia, amizade e, porque não?, sexo», sublinha o especialista, conhecido pela exatidão das suas previsões.