Seis escândalos sexuais que abalaram a Igreja Católica

GNDN06032011CB021 Populares observam a entrada do Padre Frederico Cunha no tribunal de Santa Cruz, com a presença de polícias da PSP, no Funchal. © Proibido o uso editorial sem autorização da Global Notícias.Esta fotografia não pode ser reproduzida por qualquer forma ou quaisquer meios electrónicos, mecânicos ou outros, incluindo fotocópia, gravação magnética ou qualquer processo de armazenamento ou sistema de recuperação de informação, sem prévia autorização escrita da Global Notícias.

A Notícias Magazine reuniu alguns dos casos de pedofilia identificados, na Igreja, ao longo das últimas décadas.

Um relatório divulgado, nesta semana, pelo Supremo Tribunal da Pensilvânia, confirmou a existência de “300 padres predadores”, autores de abusos sexuais contra mais de mil menores.

O documento, que tem perto de 1400 páginas, expõe 70 anos de comportamentos abusivos protagonizados por bispos, padres e outros integrantes da Igreja, “durante décadas escondidos pela Igreja Católica”.

A investigação, conduzida pelo procurador-geral da Pensilvânia, decorreu em seis das oito dioceses desse estado norte-americano: Harrisburg, Pittsburgh, Allentown, Scranton, Erie e Greensburg.

Mas este é apenas um dos muitos escândalos sexuais que, ao longo dos anos e um pouco por todo o Mundo, têm manchado a reputação da Igreja. A Notícias Magazine recorda-lhe alguns desses casos

Portugal

Em Portugal, o caso do Padre Frederico continua a ser um dos mais mediáticos, mesmo que já tenham passado duas décadas e meia. Em 1993, Frederico Cunha foi condenado a 15 anos de prisão, pelo homicídio de um menor de quem terá abusado sexualmente. Aproveitou uma saída precária de cinco dias para fugir para o Brasil e não mais voltou a Portugal. Em 2013, também o padre Luís Mendes, do Fundão, foi condenado a dez anos de prisão pela prática de seis crimes de abuso sexual de menores dependentes, 11 crimes de abuso sexual de crianças e um crime de coação sexual.

Espanha

Octavio Passos

Em Espanha, em 2015, dez padres foram acusados de abuso sexual, num caso que levou mesmo o Papa Francisco a telefonar para uma vítima a pedir desculpas, em nome da Igreja Católica. Os abusos terão acontecido numa casa alugada pelos agressores, num subúrbio de Granada (sul de Espanha). Francisco Javier Martínez, arcebispo de Granada, afastou vários sacerdotes relacionados com o caso.

Irlanda

Na Irlanda, as denúncias assumiram uma dimensão tal que houve mesmo quem falasse em “holocausto”. Os números explicam porquê: estimativas independentes apontam para mais de dez mil crianças abusadas ao longo de 70 anos. Em 2009, um relatório encomendado pelo Governo concluiu que a Igreja impunha aos menores castigos rotineiros que podiam passar por espancamentos, abusos sexuais e outras formas de humilhação. Um outro inquérito revelou que, durante 40 anos, a Diocese de Dublin ignorou todas as denúncias de pedofilia. O escândalo levou o Papa Bento XVI a escrever uma carta aos católicos irlandeses, a pedir desculpa.

Estados Unidos da América

DR

Desde o início do século, os Estados Unidos da América tornaram-se um palco preferencial para os escândalos de pedofilia da Igreja, muito por culpa de uma investigação levada a cabo pelo “Boston Globe”. Em 2002, o jornal revelou que, durante anos, cinco padres da maior diocese católica dos EUA, abusaram sexualmente de dezenas de crianças, com a conivência do bispo Bernard Law, que os ia transferindo e silenciando as acusações. Os últimos dados de um estudo encomendado pela Conferência Episcopal americana dão conta de 11 mil denúncias de abusos cometidos entre 1950 e 2002, visando 4392 padres.

Brasil

O Brasil também não escapa à onda de escândalos que tem varrido a Igreja. Uma das penas mais recentes (e mais pesadas) aconteceu em maio deste ano, quando o padre Marcos Roberto Ferreira, da Diocese de Joinville, foi condenado a 33 anos, dois meses e seis dias de prisão, por abuso de dois menores: um de 12 e outro de 13 anos. Um deles era afilhado do padre Marcos.