Salte! Os benefícios do trampolim

Texto Sofia Teixeira | Fotografia Shutterstock

Foi na NASA (National Aeronautics and Space Administration), nos anos 1980, que se estudou de forma mais aprofundada os benefícios do trampolim. Procuravam perceber qual era o melhor exercício para os astronautas que, recém‑chegados à Terra, depois de muito tempo sem gravidade, tinham perdas de massa muscular acima dos dez por cento.

Chegaram à conclusão de que o trampolim, por comparação com a corrida, não só tinha os mesmos benefícios enquanto treino aeróbico, como uma série de outras vantagens que a corrida não tem. Se é bom para os astronautas, é bom para nós. Eis porquê:

TREINO CARDIOVASCULAR

BAIXO IMPACTO

A corrida e outras modalidades não são aconselháveis a todos por causa do impacto, que pode agravar lesões existentes. Na corrida, por exemplo, o impacto do pé no chão gera uma onda de choque que pode não ser aconselhável a quem tenha problemas nas articulações nos joelhos ou hérnias discais. O trampolim – embora não dispense avaliação médica prévia e também tenha restrições – não é uma modalidade de impacto, já que a elasticidade absorve o choque.

EQUILÍBRIO E COORDENAÇÃO

Saltar em cima de um aparelho que não é estático – porque se molda debaixo dos nossos pés – aumenta a nossa cinestesia, ou seja, a capacidade de localizar espacialmente a posição e a orientação do nosso corpo. Isso traduz‑se em ganhos nas capacidades de coordenação, já que desenvolvemos uma noção dos movimentos a fazer e da força muscular a aplicar para nos mantermos em equilíbrio. Este treino, com vigilância, pode ser uma ferramenta importante na prevenção de quedas dos idosos.

TONIFICA O CORE

Aparentemente, o trampolim parece exercitar apenas as pernas, mas o equilíbrio do corpo no seu todo só é possível através da força abdominal. Assim, o trampolim estimula o fortalecimento dos músculos do core – o grupo muscular constituído pela musculatura do tronco, sobretudo lombares e abdominais – que são os maiores responsáveis pelo equilíbrio e a estabilidade do corpo como um todo.

CIRCULAÇÃO LINFÁTICA

Não há evidência científica clara sobre esta matéria, mas saltar num trampolim ou cama elástica parece produzir um efeito semelhante à massagem de drenagem linfática, com a vantagem de que a contração é feita voluntariamente pelo próprio músculo e não através de uma manipulação externa. São os movimentos do nosso corpo que deslocam a linfa – daí que permanecer muito tempo parado em pé crie edemas nas pernas e nos pés – e os saltos no trampolim, ao estimularem a circulação da linfa e contrariarem a gravidade parecem ter um efeito benefício no sistema linfático e circulatório.

DIMINUIÇÃO DO STRESS E DA ANSIEDADE

Qualquer exercício físico estimula a produção de endorfinas que, por sua vez, produzem uma sensação de bem‑estar e prazer. Por essa razão, a prática de exercício físico é essencial para controlar a ansiedade e o stress e pode ser um poderoso adjuvante no tratamento da depressão. Saltar no trampolim, ninguém o pode negar, junta ao exercício físico a diversão, que é, também ela, uma fonte de bem‑estar e prazer.

PRÁTICO, LEVE E BARATO

Os minitrampolins têm geralmente um metro de diâmetro e não mais do que cinco quilos de peso: são práticos, transportam‑se com facilidade e arrumam‑se dentro de um armário. Na maioria das superfícies comerciais ligadas ao desporto é possível comprar um por valores na ordem dos 30 a 40 euros.