A revista que «transforma» miúdos em cientistas

Texto NM | Fotografia D.R.

A ciência tem os seus mistérios e as suas cambiantes. E, muitas vezes, uma linguagem hermética, fechada. A primeira revista de ciência portuguesa, feita a pensar nos miúdos dos seis aos 10 anos, pretende tornar tudo mais fácil, transmitindo aos mais novos conteúdos científicos de uma forma divertida.

Chama-se Sou Cientista e tem um «kit experiência» que ajuda a dar os primeiros passos nos procedimentos científicos. A primeira está pronta a ser lida. Esta quarta-feira, está nas bancas e quiosques.

São 35 páginas todos os meses, à venda na primeira semana de cada mês. E tem várias secções. Entrevistas, instruções e explicações para as experiências, factos curiosos, jogos, desafios, testes, a história de uma invenção, banda desenhada com truques científicos, notícias, piadas. O tom é descontraído e bem-humorado.

A Sou Cientista é uma revista ilustrada que aborda assuntos sérios de uma forma divertida e com uma abordagem bem-humorada.

Os mais pequenos são curiosos por natureza e a publicação pretende estimular essa vontade de fazer perguntas e de perceber várias coisas sobre o mundo. A linguagem é adequada ao público infantil, a abordagem tem em conta o profundo e insaciável desejo de perceber alguns mistérios da vida dos mais novos. Os conteúdos são produzidos por uma equipa habituada a esta missão e a revisão está a cargo de uma rede de especialistas em várias áreas.

O primeiro número tem uma pergunta sugestiva: «As plantas movem-se?» A experiência sugerida centra-se neste assunto e os mais novos estão perfeitamente à vontade para formular hipóteses, verificar resultados, compreender processos, chegar a conclusões.

Em todas as edições da revista, que é distribuída dentro de uma mala, há um entrevistado. E o primeiro é Francisco Ferreira, professor e investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, engenheiro do Ambiente, presidente da associação ambientalista Zero.

A revista resulta de uma parceria entre a Goody, a maior editora portuguesa para o segmento infanto-juvenil, e a Science4you, a maior produtora de brinquedos educativos em Portugal.

Não é por acaso que Carvalho Rodrigues, o «pai» do satélite português é o provedor da revista, ou seja, está à disposição das dúvidas, comentários, perguntas, sugestões, dos leitores de palmo e meio.

O cientista, professor universitário e inventor não tem dúvidas da importância da nova publicação. «Esta revista pode ser muito importante para uma geração inteira de jovens: é que a ciência existe porque nós, homo sapiens sapiens, desde muito pequenos acreditamos em magia.» «Por detrás da superfície das coisas, há uma explicação para o funcionamento delas. O que a Sou Cientista irá ensinar às crianças é que a passagem da magia para a ciência acontece quando o ‘abracadabra’ se encontra com medida, geometria e matemática», diz, em comunicado.

Nuno Catarino, editor da revista, conta à NM que a ideia foi criar um novo e diferenciador projeto, sem paralelo no mercado, juntando duas empresas com afinidades e públicos muito idênticos. «Quisemos criar um projeto editorial que fosse mais um kit de experiências. Daí termos uma oferta de jogos da Science4you para aguçar a criatividade, levar as crianças a perguntar, a tentar perceber como as coisas acontecem», diz.

As experiências têm manual de instruções e podem ser feitas em casa com ou sem o acompanhamento dos pais.

A ideia de internacionalização dos conteúdos da revista é um objetivo que existe. As duas empresas têm know-how e vontade de penetrar em outros países com esse objetivo de tornar a ciência mais fácil para os mais novos. «Temos uma marca muito forte, muito respeitada, a Science4you, e é muito importante esse selo de qualidade».

Para Miguel Pina Martins, CEO da Science4you, não há nada assim em Portugal. «Tal como na maior parte dos países em que a nossa marca já está presente, as crianças portuguesas também devem ter uma revista que lhes estimule a curiosidade e interesse pelas mais diversas áreas da ciência, motivando-as a fazerem experiências científicas. O posicionamento da Sou Cientista é o mesmo dos nossos brinquedos – a revista encontra um equilíbrio entre diversão e educação e as crianças vão aprender conteúdos científicos enquanto se divertem», refere na nota de imprensa.