A Rapa das Bestas é de arrepiar

Fotos de Gonçalo Delgado e texto de Filomena Abreu

A luta é desigual. Com maior risco para o Homem do que para o animal. Mas olhe com mais atenção. Depois do impacto inicial das imagens percebe-se que este “combate” serve única e exclusivamente para ajudar os cavalos. É a Rapa das Bestas.

Na aldeia espanhola de San Lourenzo de Sabucedo, em Pontevedra, a população junta, anualmente, dezenas de cavalos selvagens num recinto. É assim há pelo menos 400 anos. Uns montam os animais e provocam-lhes o desequilíbrio. Outros deitam-nos e seguram-nos no chão. Depois, alguém lhes tapa a visão com as mãos para que sosseguem. Olhos que não veem, coração que não sente”. Tudo isto para os desparasitar e também lhes colocar um “chip”. No final, são novamente soltos na natureza.

O ritual começou por ser uma oferenda ao divino: após domarem as “bestas”, os homens faziam a “rapa”, cortando-lhes a crina. Hoje, o controlo de higiene dos cavalos selvagens nesta zona de Espanha transformou-se numa atração para muitos turistas nacionais e estrangeiros. Deixe-se arrepiar.