Rally de Monte Carlo: ao volante pela Europa

Texto de Ana Patrícia Cardoso | Fotografia Arquivo DN

O ano começava com uma prova desportiva de peso em Lisboa. O Rally de Monte Carlo juntava 250 equipas de vários países com o objetivo de chegar à vila francesa de Clermont-Ferrand (terra dos pneus Michelin), na região de Auvergne. A iniciativa partira do príncipe Alberto I em 1911, para promover o Principado do Mónaco e, desde então, realiza-se todos os anos, sendo a mais antiga prova do Campeonato do Mundo de Ralis WRC – este ano, realiza-se de 22 a 28 de janeiro.

Em 1952, para além das francesas, rumaram a Clermont-Ferrand seis outras duplas femininas: uma sueca, uma holandesa, duas inglesas e duas francesas.

A 22 de janeiro de 1952, o Diário de Notícias acompanhou a partida de Lisboa, «com o mais vivo entusiasmo». Na rua Rosa Araújo juntaram-se 62 equipas (entre elas quatro carros portugueses) que escolheram sair da capital portuguesa para percorrer os 1.521 quilómetros. No mesmo dia, noutras seis cidades europeias, o tiro de partida seria também dado para os restantes participantes – Monte Carlo, Estocolmo, Glasgow, Munique, Oslo e Palermo.

Uma multidão curiosa acompanhou o momento em frente ao Automóvel Clube de Portugal, enquanto os participantes davam os últimos retoques nos carros. Entre eles, a dupla feminina francesa A. Hammersley e G. Hammersley num Peugeot 203. Desde a década de 1930 que as mulheres podiam participar na prova. Em 1952, para além das francesas, rumaram a Clermont-Ferrand seis outras duplas femininas: uma sueca, uma holandesa, duas inglesas e duas francesas.

Apesar da presença feminina se manter até aos dias de hoje, ainda nenhuma dupla venceu o rally. Em 1952, os vencedores foram os ingleses Sydney Herbert Allard e Guy Warburton, num Allard J2. Os portugueses João Lacerda e Jaime Azarujinha, num Citroen 15-6 ficaram em 13.º.

Portugueses no Rally
Em 2012, a dupla Armindo Araújo e Miguel Ramalho alcançaram o 10.º lugar, a melhor classificação, até à data, de uma equipa portuguesa.