A primeira Miss Minissaia portuguesa

Texto de Ana Patrícia Cardoso | Fotografia Arquivo DN

A noite prometia. Sylvie e Eddie Vartan foram os primeiros a subir ao palco, fazendo a plateia dançar durante mais de uma hora. Em seguida, Camilo de Oliveira fazia das suas e a plateia ria às gargalhadas.

Já a noite ia longa (por volta das 02h30 da manhã) quando finalmente começou a eleição da primeira Miss Minissaia portuguesa, uma iniciativa patrocinada pela loja de roupa Porfírios Contraste, a mesma que tinha lançado esta moda que chegava a Lisboa diretamente de Londres.

Para além de ser a estrela da noite, Maria Isabel ganhou 3000$00 (cerca de quinze euros) e dois bilhetes de avião para Paris.

A minissaia tornou-se um sucesso tremendo entre as jovens da década de 1960 e este concurso era prova disso mesmo. Henrique Mendes e Maria João Aguiar foram os apresentadores do evento e era o público que escolhia a vencedora. O método de votação era simples: vencia a rapariga – e a minissaia – que arrancasse mais aplausos.

As dez concorrentes que chegaram à final (de um total de dezassete participantes) esbanjavam elegância na passerelle e o Diário de Notícias enaltecia-lhes a beleza. «Todas tão bonitas, tornam a escolha mais difícil» podia ler-se.

Maria Isabel Rodrigues Castelhano, funcionária da Porfírios, que se apresentou com um vestido de corte reto, foi a grande vencedora. Para além de ser a estrela da noite, Maria Isabel ganhou 3000$00 (cerca de quinze euros) e dois bilhetes de avião para Paris. 51 anos depois, as minissaias continuam a fazer parte da moda portuguesa.

SÍMBOLO FEMINISTA
Em 1964, a londrina Mary Quant inventava as saias curtas (apenas 30 cm) que mostravam, pela primeira vez, os joelhos das mulheres. As minissaias simbolizavam a emancipação feminina.

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