Plástico vs Planeta: de que lado vai ficar?

Texto de Filomena Abreu

A guerra está em curso. O objetivo é prescindir de tudo o que seja de usar e deitar fora de seguida. Reciclando e reutilizando os objetos que mais usamos no dia-a-dia, estamos não só a dar uma oportunidade ao planeta mas também à nossa existência e à de gerações vindouras.

As imagens têm chegado de todo o lado. Um cavalo-marinho agarrado a uma cotonete. Focas enredadas em emaranhados de lixo. Aves com o estômago cheio de detritos. O mar está transformado num manto de plástico. Todos os anos são deitados aos oceanos oito milhões de toneladas de plástico. O cenário é tão preocupante que, se continuarmos assim, em 2050 haverá mais plástico do que peixes nos oceanos, alertou a Fundação Ellen MacArthur.

Também a Greenpeace lançou um aviso: 267 espécies marinhas, entre elas as baleias e as tartarugas, estão em risco de desaparecer. Mais: a organização lembra que uma garrafa de plástico demora 500 anos a decompor-se. Os materiais em esferovite precisam de perto de quatro séculos. Um isqueiro 100 anos. E os sacos de plástico 55 anos. Demasiado tempo para coisas que, em média, usamos apenas uma vez.

Não está na hora de dizer chega? São várias as pessoas que já o fizeram. Nos hábitos de higiene, nas cozinhas, nas rotinas diárias optam, por exemplo, por usar escovas de dentes de bambu, embalagens de vidro, roupa feita de tecidos naturais, só para dar alguns exemplos.

Sabões e desodorizantes sólidos, algodão orgânico, biberões de vidro, garrafas não descartáveis, fraldas biodegradáveis. São tudo coisas que se vendem cada vez mais, com o aumento da consciencialização para este alarme ambiental.

Os fabricantes já perceberam o problema. A Lego, por exemplo, procura alternativas de origem vegetal, procedente da cana-de-açúcar, para fazer os seus brinquedos. As grandes superfícies comerciais já vão prescindindo dos sacos de plástico. E países como o Quénia ou a Índia foram mais longe e proibiram a utilização do plástico. E por cá, dentro do espaço da União Europeia, o assunto é debatido e formam-se cada vez mais grupos para mudar mentalidades.

Claro que o plástico ainda é atrativo. Principalmente porque, por exemplo, é mais barato comprar leite num pacote do que numa garrafa de vidro. Mas quem toma as opções ecologicamente mais sustentáveis diz que vale a pena. Poupa-se a longo prazo. E ganhamos todos. A mudança começa na nossa casa. Só custa até nos habituarmos a uma nova rotina, com produtos amigos do ambiente. Ir às compras e levar sacos de pano. Ou trazer de casa a água numa garrafa não descartável. Vamos fazer como os mosqueteiros: um por todos e todos por um.