Peitos maiores ou soutiens mais robustos? Eis a questão

Se ainda acha que, quando vai comprar um soutien, tem de escolher uma copa que varia entre o A e o D, esqueça. A oferta está diversificada como nunca, ao ponto de, em muitas lojas de lingerie portuguesas, as letras chegarem ao H.

O aumento desmesurado do leque de opções levanta inevitavelmente uma questão: são as mulheres que têm o peito cada vez maior ou é tudo uma questão de soutiens?

A resposta encontra-se algures a meio caminho. “As mulheres estão a mudar. As raparigas têm muito mais peito do que há 20 anos”, admitiu à secção feminina do jornal The Guardian a estilista Kelly Dunmore, responsável pela linha de lingerie da Rigby & Peller, uma marca britânica de luxo.

A generalização do uso da pílula, e o consequente aumento das doses de estrogénio à solta no corpo feminino, têm sido, ao longo dos anos, apontados pelos especialistas como fatores determinantes nesta tendência.

Mas a explicação para que haja soutiens cada vez maiores está longe de se confinar à mudança da fisionomia das mulheres. Deve-se ter também em conta o lado de uma indústria que, com o passar dos anos, tem diversificado e refinado a oferta.

“Os soutiens foram desadequados durante anos. As lojas não conseguiam aproximar-se das formas reais da mulher”, justifica, no The Guardian, a colunista Zoe Williams, mencionando a especial dificuldade que as mulheres com peitos grandes sentiam em encontrar os soutiens certos.

A realidade, no entanto, tem vindo a mudar. “Definitivamente, tem havido uma evolução”, garante Dunmore. Jess Jaddour, da loja Oxford Circus, completa: “A sociedade diz-nos que um G é um tamanho absurdo, mas um 28G, por exemplo, é para uma mulher muito pequena e um 32H pode parecer completamente diferente em cinco mulheres distintas.”

E ainda há um outro lado, não menos importante, que se prende com o facto de muitas mulheres só agora estarem a saber mais sobre o tamanho (e a copa) que mais lhes convém. “Em 20 anos a fazer isto, diria que só três das mulheres que me disseram que usavam um 36B usavam, efetivamente, um 36B”, conta Kelly Dunmore, explicando que só agora elas começam a estar mais sensibilizadas para a questão.