
Texto de Ana Sofia Reis
É um dos temas do momento em Inglaterra. A primeira temporada do “The Circle” – um reality show em que os concorrentes vivem no mesmo prédio, nunca se encontram e só comunicam entre eles através de uma rede social criada propositadamente para o efeito – chegou ao fim e fez estalar o verniz quando, no final, os restantes participantes perceberam que Alex, o vencedor, não era uma mulher.
No programa que muitos intitulam de “novo Big Brother”, apresentado no “Channel 4”, Alex usou a imagem da namorada, Millie, como foto de perfil durante as três semanas de emissões, fazendo-se passar assim por Kate, uma personagem fictícia, regra possível neste concurso e que acabou por ser decisiva no triunfo que lhe rendeu 86 mil euros.
“Ainda estou sem palavras”, contou Alex, apesar de muitas vezes se sentir culpado por estar a mentir durante o programa. “Fingir que era outra pessoa foi muito tóxico. Não quero fazer isso novamente. Aprendi muito sobre mim durante o programa. Coisas que não aprenderia se não tivesse interpretado uma personagem”, revelou.
Alex apostou nessa estratégia com um objetivo: “Queria despertar a consciência das pessoas para o facto de muita gente nas redes sociais ser falsa.” Stephen Lambert, criador do programa, revelou que o interesse era fazer um reality show diário em que as mudanças fossem uma constante. “Pareceu-me uma ideia emocionante refletir sobre o bom e o mau das redes sociais”, contou Stephen.
A estratégia adotada pelo vencedor gerou também muitas críticas do público. Apesar disso, o “The Circle” foi um sucesso e, entretanto, a Netflix já anunciou que irá apostar no programa noutros países.