Não hesitam em matar, mas recusam usar sacos de plástico

EPA/SAID YUSUF WARSAME

À primeira vista parece mentira de 1 de abril, mas há declarações a validar o paradoxo: os militantes do grupo islamita al-Shabaab, da Somália, responsáveis por dezenas de mortes de civis, decidiram tomar medidas para ajudar a preservar o meio ambiente.

Num programa da Radio Andalus, associada ao grupo islamita, Mohammed Abu Abdullah, líder jiadista na região somali de Jubaland, defendeu que os sacos de plástico descartáveis são um problema “sério” para os humanos e para os animais, acrescentando que o desperdício que provocam é mau para o ambiente.

No mesmo anúncio, o grupo, afiliado da Al-Qaeda, proibiu também a exploração florestal, no caso das árvores mais raras.

Por explicar ficou a forma de aplicação da nova medida, mas, tendo em conta a violência extrema usada pelo grupo al-Shabaab em civis que se encontram sob o seu domínio, não é difícil prever que poucos ousarão infringir as novas regras.

O grupo foi afastado de Mogadishu, capital da Somália, em 2011, mas continua ativo noutros pontos do país.

Como recorda o britânico “The Independent”, por muito paradoxal que pareça a preocupação ambiental de um grupo sanguinário como o al-Shabaab, esta nem é a primeira vez que se ouve falar de terroristas com preocupações ecológicas.

Em 2016, um grupo do Iémen criticou Barack Obama por não fazer mais para travar as mudanças climáticas. Um ano depois, o líder afegão Hibatullah Akhundzada defendeu que os conterrâneos deviam plantar mais árvores, pois estas desempenham um “importante papel na proteção do ambiente, no desenvolvimento económico e no ‘embelezamento’ da terra”.