Menino vítima de bullying por ir para a escola com as unhas pintadas

Texto de Ana Sofia Reis

Sam tem cinco anos e viveu um dia particularmente triste no infantário. Quando a mãe o foi buscar, o menino estava choroso. O motivo foi que Sam resolveu ir para a escola com as unhas pintadas. A criança não via qualquer problema nisso, uma vez que gostava das cores e, por mais que insistisse com os amigos, meninos e meninas, para também o fazerem, teve como reação uma mão-cheia de provocações.

Sam ficou inconsolável. Só uma criança o defendeu. O pai, Aaron Gouveia, quando soube o que tinha acontecido, não conseguiu controlar a revolta e usou as redes sociais para manifestar o desagrado. Não só contou o que aconteceu com o filho, como partilhou uma foto com ele, ambos de unhas pintadas. Em apenas uma semana a imagem viralizou.

“Hoje o meu filho aprendeu que o machismo é tóxico e pode ser muito prejudicial”, começou por escrever Aaron no Twitter, acrescentando que o menino “adora camiões e pratica desporto. Gosta das mesmas coisas do que muito meninos, mas também adora coisas que são ‘de menina'”. “Eu sei que são apenas miúdos do jardim-de-infância, mas este machismo é construído neles. Pais, espero que estejam orgulhosos”, reforçou Aaron, sem disfarçar a perturbação. “Eu e a minha mulher passámos cinco anos a instruir, com sucesso, a tolerância, a aceitação e a liberdade de expressão no Sam e os vossos filhos destruíram tudo num único dia de aulas. Agora ele tem vergonha de ser diferente.”

Depois de pensar sobre o assunto e conversar com Sam, decidiram não remover o esmalte vermelho. Aaron reparou que o filho mais velho, de dez anos, também tinha colorido as unhas por solidariedade com o irmão.

A imagem e toda a história foram espalhadas e as mensagens de apoio não pararam de chegar. A situação aconteceu em Franklin, no Tenessee (Estados Unidos da América) e nem os vizinhos ficaram indiferentes, pintando, também, as unhas, numa iniciativa contra o bullying.