Mel ajuda a curar a tosse e faz menos mal que o açúcar? É mito

Texto de Alexandra Pedro | Fotografia ShutterStock

Há vários anos que a cura para a constipação é alvo de várias teorias. Uma das mais populares está relacionada com o mel. Quando está com tosse, há sempre alguém que aconselha que tome uma chávena de chá ou leite com mel. Há ainda quem se convença que por ser um produto natural, o mel é também menos prejudicial que o açúcar.

De acordo com Gemma Del Caño, especialista em segurança alimentar, o mel é bom para a tosse no sentido em que a «sua textura e natureza, atuaria como um hidratante de mucosas, podendo acalmar os sintomas da tosse», mas «não tem qualquer efeito expetorante». «Não podemos associá-lo à cura de nenhuma doença», acrescentou ainda ao El Español.

«o mel provavelmente alivia os sintomas de tosse em maior medida do que a ausência de tratamento, mas não há provas contundentes contra ou a favor do uso do mesmo»

A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar chegou mesmo a publicar um artigo em 2009 em que esclarece que o mel não tem tantos benefícios como lhe são atribuídos. Segundo a entidade europeia, o mel não é antioxidante, não tem propriedades para reforçar o sistema respiratórios e não previne o cancro.

A última revisão de estudos académicos sobre o assunto, publicada no último mês pela revista The Cochrane database of systematic reviews, indica que «o mel provavelmente alivia os sintomas de tosse em maior medida do que a ausência de tratamento, mas não há provas contundentes contra ou a favor do uso do mesmo».

Também os benefícios em relação ao açúcar não são claros. De acordo com o jornal espanhol, em 100 gramas de mel, 75 são açúcar – isto é, o mesmo que utilizamos para colocar no café. Como se pode ver na imagem da organização Sin Azucar, uma colher de mel representa cerca de 24 gramas de açúcar.

https://twitter.com/SinAzucarOrg/status/955721653601931264

«A fama diz-nos que o mel é mais saudável pela sua obtenção natural, mas na realidade é composto exatamente pelos mesmos açúcares que os restantes que consumimos», explica a especialista espanhola.