Justa Nobre: «Assumi cedo que nunca iria viver às custas de ninguém»

Texto de Ana Patrícia Cardoso | Fotografia de Carlos Manuel Martins/Global Imagens

«Eu escolhi o meu caminho. Sempre soube que o meu caminho era a comida portuguesa», diz. Mulher de convicções fortes, cedo assumiu que «nunca iria viver às custas de ninguém».
Aos 21 anos, teve a primeira experiência profissional na cozinha do restaurante 33, sempre com o marido José Nobre a seu lado.

«Os percalços nunca fizeram que deixasse de acreditar nas pessoas, mas aprendi a ser muito mais cautelosa. Há de tudo por aí!»

«O meu marido sempre soube vender o meu trabalho. Fazemos a parceria perfeita.» São casados – e sócios – há 42 anos, já abriram e encerraram alguns restaurantes e partilharam sempre derrotas e vitórias a dois. «Sempre acreditei em mim, no meu marido, na minha família. Não sei viver de outra forma.»

Com o núcleo familiar por perto – as irmãs Ana e Guida, trabalham consigo n’O Nobre, junto ao Campo Pequeno –, a experiência trouxe‑lhe prudência nas relações. «Os percalços nunca fizeram que deixasse de acreditar nas pessoas, mas aprendi a ser muito mais cautelosa. Há de tudo por aí!»

Há quatro décadas que a dinâmica é a mesma – Justa na cozinha, José na sala a servir os clientes. Talvez por isso nunca tenha sentido que estava a entrar num mundo maioritariamente masculino: «Quando comecei, as mulheres estavam na cozinha e os maridos na sala, era assim que as coisas funcionavam.» Hoje é uma das caras femininas mais conhecidas da cozinha em Portugal e a marca Nobre é sinónimo de boa comida à portuguesa… com certeza.

Uma vida em números

2011 – MASTERCHEF
Participou como júri na primeira edição do MasterChef Portugal, transmitido pela RTP.

33 – RESTAURANTE
A 14 de agosto de 1978, Justa começou a trabalhar no restaurante 33.

42 – CASAMENTO
Justa e José Nobre casaram a 25 de julho de 1975. Para Justa, são «a dupla perfeita».

1988 – CONSTITUINTE
Este foi o primeiro restaurante do casal, na Rua de São Bento.

3 – NETOS
Tem três netos, a Mónica(12), a Mariana (7) e o Gabriel (9).