Texto de Ana Peixoto Fernandes
“Esther, a Porca-Maravilha”, um suíno com cerca de 300 quilos, que virou estrela nas redes sociais no Canadá, com quase milhão e meio de seguidores em todo o mundo, animou este domingo o Congresso Paredes de Coura Vegetariana.
Os “pais adotivos” do animal de companhia, o casal Steve Jenkins e Derek Walter, foram convidados no segundo e último dia do evento, que decorre no Centro Cultural daquela vila, e “apaixonaram” a assistência com a história. Mostraram vídeos de Esther e da quinta que criaram com o seu nome, e contaram que esta chegou às suas vidas há cinco anos “dentro de uma caixa de sapatos”, oferecida a Steve por um amigo.
Admitiram que a porca “não foi bem recebida inicialmente” por Derek porque viviam num apartamento pequeno já com dois cães e dois gatos, mas que acabou por conquistar totalmente o casal. “Era muito dócil e adaptou-se muito bem aos outros animais e ao seu espaço”, contou Derek Walter, referindo que “não imaginavam era o que estava para vir”.
“Não sabíamos bem o que fazer. Tê-la num apartamento era ilegal e o maior problema surgiu quando nós pensávamos que ela, com dois quilos, era de uma raça miniatura e iria crescer no máximo até ao tamanho de um cão, e o veterinário disse que era um porco comercial e poderia chegar a pesar 300 libras (cerca de 136 quilos). A verdade é que hoje ela pesa 650 libras (perto de 300 quilos)”, descreveu, referindo que, com a paixão pela porca a crescer cada vez mais, decidiram criá-la e domesticá-la na “clandestinidade”.
“A Esther abria a porta, ia fazer as necessidades na rua e regressava”, disse Steve, explicando que daí nasceu a vontade de contar as suas peripécias numa página de Facebook que criaram “para os amigos e família”. “Logo no primeiro post em 2013 (Esther com óculos de sol) a página tornou-se viral. Em 80 dias atingiu mais de 100 mil seguidores”, recordou.
A partir daí a vida deles deu uma reviravolta. A comunidade seguidora da porca-maravilha agigantou-se e, inspirados por ela, o casal tornou-se vegan, assim como milhares de pessoas. “Um dia a fazer o pequeno almoço, estava a fritar bacon, olhei para a Esther que estava aos meus pés e pensei: estou a comer carne de um animal comercial como ela. Olhei para o Steve e ele pensou o mesmo”, lembrou Derek, acrescentando: “Nós deixamos a carne e depois também o leite. Isso aconteceu com muita gente, que nos contava que passaram a olhar para o bacon e a ver a Esther”.
O casal criou “um santuário animal” com o nome Esther e tornou-se ativista no combate à crueldade para com os animais, levando a história de “Esther the Wonder Pig” a diversas partes do mundo e participando em eventos como o deste domingo em Paredes de Coura.
