A doença X vai aparecer mas ninguém sabe como nem quando

Texto NM | Fotografia Shutterstock

Ela pode surgir de várias formas. Ou por uma mutação de infeções já conhecidas da comunidade científica. Ou por doenças transmitidas de animais aos humanos. Ou por um vírus artificial. Ou por uma experiência que correu mal e que saiu de um laboratório não se sabe como. Ou por alguma coisa que ainda escape à razão.

A doença X ainda não existe, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo sim pelo não, já lançou o alerta à navegação. No futuro, uma bactéria estranha ou um vírus ainda por inventar podem causar uma infeção no mundo. A OMS chama-lhe a doença X, ainda sem nome, mas bastante perigosa, e já a incluiu na lista dos agentes patogénicos que são uma terrível ameaça à saúde humana.

O Ébola, o Zika, a febre hemorrágica da Crimeia-Congo são algumas doenças que constam na lista da OMS.

A globalização, as viagens constantes, as experiências científicas, as mutações que não se controlam. Tudo pode ser uma ameaça. E como mais vale prevenir do que remediar, a OMS lança o alerta. A investigação tem de ser uma prioridade. A doença X há de chegar e o seu potencial epidémico é bastante elevado.

Ela pode surgir pela resistência aos antibióticos. Ou por outras vias. A questão é que depois do alerta da OMS, as campainhas soaram e as reações não tardaram. Juan Pablo Horcajada, chefe do serviço de doenças infecciosas no Hospital del Mar, em Barcelona, comentou o assunto no diário espanhol El País.

A doença pode surgir pela resistência aos antibióticos ou pela transmissão de uma bactéria de um animal a um humano.

O aviso da OMS é, na sua perspetiva, «muito inteligente», põe tudo em sentido para aumentar o conhecimento em torno da doença X. Deve estar tudo preparado para quando ela chegar, sobretudo os sistemas de saúde. Desde um diagnóstico à velocidade da luz à ação para evitar a propagação. «Isto tanto serve para um vírus respiratório como para um vírus que passa pela água, uma bactéria resistente aos antibióticos ou um fungo ambiental», diz ao El País.

José María Moreno, professor de Saúde Pública na Universidade de Valência, em Espanha, e que foi diretor de gestão de programas para a Europa na OMS, desconfia que a doença X possa ser transmitida de um animal para um humano. Parece-lhe o mais provável. «À medida que o ecossistema e os habitats humanos mudam, há sempre o risco das doenças passarem de animais para humanos», lembrou ao .jornal espanhol Foi o que aconteceu, por exemplo, com o HIV, o Ébola, e a salmonela.