Do pinheiro para as barbas. Natal sem luzes não é Natal

Foto: Mikael Buck/ Fast Village

A História não é clara sobre quem é o responsável pelos adereços luminosos que dão carisma à época. Mas uma coisa se sabe, sem brilho nada faz sentido. Então por que não fazer cintilar o nosso corpo?

Podemos pensar em mil coisas que caracterizam o Natal. As luzes têm obrigatoriamente de estar no pacote. Afinal, não há época mais iluminada do que esta. Ou não fosse toda a narrativa da quadra construída à volta desse fulgor. Tudo começa com a Virgem Maria que deu à luz o Menino Jesus. Depois há a Estrela de Belém, que, diz a lenda, guiou os três Reis Magos até à criança.

Já nos dias de hoje, não conseguimos imaginar dezembro sem as muitas luzes que enchem árvores, ruas, avenidas, montras. Estejam a piscar ou estáticas, sejam brancas, amarelas ou coloridas, as luzes não podem faltar. E, se estão em todo o lado, por que não colocá-las também na barba? Sim, na barba. A altura é dada a excentricidades. Aumenta a procura por presentes “diferentes”, fora da caixa. E a verdade é que há sempre quem adira.

A moda, que terá sido lançada em Londres, está a espalhar-se pelo Mundo. Em Portugal, os chamados “hipsters” estão de olho na tendência. São eles os melhores modelos para o adereço, barbas farfalhudas e compridas são boas para segurar luzes. As lâmpadas são de led e aderem facilmente aos pelos por causa dos ganchos. Chamam-se “Beard Lights” e estão esgotadas em muitos sites.

Mas, se procurar bem, há de encontrá-las. Caso não consiga, pode sempre optar pelas bolas de Natal também para a barba, que já eram um hit há um ano. E são estas inovações que nos fazem pensar. Afinal, como terão surgido as luzes de Natal? Bom, como ninguém as patenteou, a autoria é difícil de atribuir, mas parece que há consenso, pelo menos, em relação ao local onde apareceram: na Alemanha. Ou com Martinho Lutero ou com São Bonifácio. Eis a primeira versão.

Certa noite, já próximo do Natal, Lutero (uma das principais figuras da Reforma Protestante), que voltava a casa debaixo de um breu gelado, ficou encantado com a paisagem. Olhando para o céu muito estrelado, através do arvoredo que cercava o trilho, ficou com a sensação de contemplar infinitos diamantes que davam brilho às árvores e decidiu arrancar um galho de pinheiro para levar para casa.

Assim que entrou no lar, colocou o ramo num vaso com terra e chamou a esposa e os filhos. Juntos enfeitaram-no com velas acesas nas pontas e papéis coloridos. Uma árvore iluminada. A que deram vida. Foi no século XVI. E passou a simbolizar a noite em que Jesus veio ao Mundo.

Por outro lado, conta-se que tudo se deve a São Bonifácio, no século XVIII. O evangelizador da Alemanha derrubou uma árvore que servia o culto pagão de adoração ao deus Odin e no mesmo sítio plantou outro pinheiro, dando-lhe simbolismo cristão: adornou-o com maçãs, que simbolizavam os pecados dos homens, e com velas que representavam Cristo, “a luz do Mundo”.

Seja de que maneira for, o hábito de enfeitar as ruas e as árvores com luzes é prática bem mais recente. Às barbas, chegaram neste ano.