Daniel Day-Lewis: vamos ter saudades deste super ator

Texto de Ana Patrícia Cardoso | Fotografias DR

1 – O MEU PÉ ESQUERDO (1989)

Para interpretar Christy Brown, o escritor e pintor com paralisia cerebral, o ator passou oito semanas numa clínica em Dublin. Além disso, aprendeu a falar como Brown e a pintar com o pé esquerdo, tal como o artista. Durante as filmagens, Day-Lewis não saiu da personagem, andando sempre de cadeira de rodas. Entre cenas, tinha de ser alimentado por membros da equipa. Venceu o primeiro óscar da academia de Hollywood com este papel.

2 – O ÚLTIMO DOS MOICANOS (1992)

Para o filme de Michael Mann, o ator aprendeu a caçar e esfolar animais, construir canoas, lutar com machados e disparar uma espingarda. Mas não foi o suficiente. Transportava a arma para todo o lado (inclusive, para o almoço de Natal com a família). No fim das filmagens, sofreu de alucinações e claustrofobia.

3 – EM NOME DO PAI (1993)

Para interpretar um homem que foi injustamente condenado a pena de prisão nos atentados de Guilford, no Reino Unido, Daniel perdeu 22 quilos e passou dois dias e duas noites sozinho numa cela, sem comida ou água.

4 – AS BRUXAS DE SALÉM (1996)

Nesta adaptação para cinema do conhecido romance de Arthur Miller, o ator interpreta um agricultor do século XVII que foi condenado por bruxaria. No verão antes das filmagens, Daniel foi para Hog Island, no norte de Massachusetts, onde ajudou a equipa a construir o cenário, incluindo uma casa de madeira. E passou a andar sempre de cavalo.

5 – O BOXEUR (1997)

Apesar de ter começado a praticar boxe antes de aceitar o papel, Daniel passou um ano e meio com o treinador Barry McGuigan e este admitiu mesmo que o ator tornou-se um profissional, conseguindo competir com qualquer pessoa «abaixo dos dez melhores de Inglaterra».

6 – GANGS DE NOVA IORQUE (2002)

Para interpretar Bill «The Butcher» neste épico de Martin Scorsese, Day-Lewis aprendeu a cortar carne com talhantes profissionais que foram enviados especialmente a Roma, onde estava na altura. Na altura, também há relatos de que o ator estimulou um relacionamento conflituoso com Leonardo Di Caprio, seu inimigo no filme.

7 – HAVERÁ SANGUE (2007)

8 – NOVE (2009)

Neste musical de Rob Marshall em que interpreta Guido Contini, um realizador atormentado pelas mulheres da sua vida, Daniel Day-Lewis aprendeu a falar com o sotaque italiano e nunca o perdeu, mesmo durante os intervalos. A seu pedido, o camarim estava decorado como um gabinete dos anos 1960.

9 – LINCOLN (2012)

No filme de Steven Spielberg sobre o presidente Abraham Lincoln, Daniel insistiu para que se dirigissem a ele como «Sr. Presidente», manteve o sotaque de Kentucky mesmo fora das filmagens e escrevia mensagens assinadas com «Abe». Venceu o terceiro óscar da academia por este papel. É o único ator homem da história a ter três estatuetas.

10 – LINHA FANTASMA (2017)

O filme que vai estrear em Portugal dia 1 de fevereiro conta a história de Reynolds Woodcock, famoso estilista dos anos 1950. Para se preparar para o papel, Day-Lewis passou uma temporada com o costureiro oficial do New York Ballet, Mark Chagall. Meses depois, conseguiu criar sozinho um vestido Balenciaga que ofereceu à mulher. O ator disse que este era o último filme da sua carreira.