Texto de Sara Dias Oliveira | Fotografia de Paulo Spranger/Global Imagens
A irmã desafiou a para uma aula de yoga, mais físico, mais puxado, e a fadista ficou viciada. «Agarrou-me completamente, é quase uma cura individual», diz.
Há dois anos e meio, o yoga tornou se uma prática que não dispensa, duas horas por dia, sozinha ou em grupo. Esteja onde estiver. Viaje para onde viajar. «É preciso muita disciplina, acordar de manhã e organizar a vida.» Mas vale a pena para desacelerar a frenética rotina de concertos, viagens e stress.
«É um encontro com o silêncio, com os nossos medos, com as experiências boas e más», acrescenta.
«O yoga dá-me o equilíbrio que preciso para aguentar este ritmo tão alucinante», garante. É uma coisa de pele. «Percebi que mudava a minha vida e o meu bem-estar. O meu corpo aprendeu a respirar. O yoga ajuda nos a respirar aquilo que vivemos.» Com tempo, com calma, com sossego. E quanto mais cansada, mais sente os benefícios a nível físico e emocional.
O yoga também despe a alma e a fadista precisa desses momentos inteiramente seus. «É um encontro connosco até de uma forma dura porque lidamos com tudo o que sentimos e vivemos – e nem todos estão preparados para esta solidão.» «É um encontro com o silêncio, com os nossos medos, com as experiências boas e más», acrescenta.
Duas horas logo de manhã e o dia segue com maior tranquilidade. Parar, respirar, seguir em frente. Sobretudo nas alturas de agenda preenchida como é o caso deste mês de março com concertos no CCB, em Lisboa, no dia 9, na Casa da Música, no Porto, no dia 17, e no Convento São Francisco, em Coimbra, a 29.
INSPIRAÇÃO PARA COMPOR
O yoga é mais do que um exercício que mexe com o corpo. Funciona também como um gatilho para a inspiração musical da fadista. Para imaginar, para escrever, para compor.