Cosméticos que fazem bem à pele… e ao planeta

Texto Sofia Teixeira | Produção e seleção de produtos Rute Cruz | Fotografia Shutterstock e Jorge Amaral/Global Imagens

Desde março de 2013 é proibido importar ou vender na União Europeia produtos de higiene pessoal ou cosméticos testados em animais. Há marcas que continuam a fazê-lo, mas muitas já abandonaram este tipo de testes. Em caso de dúvida pode consultar o site da PETA e aceder às listas de marcas cruelty free (sem crueldade, traduzindo à letra).

Também deve ter cuidado com as embalagens. Se pensarmos que o plástico a flutuar nos oceanos aumentou mais de cem vezes nos últimos quarenta anos, é fácil de pensar que é essencial uma atitude mais consciente.

Quando possível, procure produtos com o selo «Fairtrade Mark» (comércio justo). Assim, garante que o que está a comprar foi produzido pagando preços justos aos fornecedores e salários corretos aos trabalhadores.

Há marcas de cosméticos que têm aquilo a que chamam «produtos despidos»: gel de banho e champô em formato sólido, que se tornam líquidos apenas em contacto com água e que não precisam de embalagem de plástico. Quando não conseguir dispensar as embalagens plásticas não se esqueça de as separar e colocar na reciclagem.

E já pensou em quem produz os ingredientes dos seus cosméticos? Em que condições de trabalho? Comprar produtos feitos à custa de mão‑de‑obra barata e de condições de trabalho pouco dignas torna‑nos cúmplices da exploração.

Quando possível, procure produtos com o selo «Fairtrade Mark» (comércio justo) ou «Fair for Life». Assim, garante que o que está a comprar foi produzido pagando preços justos aos fornecedores e salários corretos aos trabalhadores. Lush, L’Occitane, The Body Shop e Honey Street são algumas marcas que têm produtos com esta certificação.

INGREDIENTES A EVITAR?

Não são proibidos, mas estes ingredientes têm de cumprir quantidades e/ou concentrações máximas. Ainda assim, causam polémica e há quem defenda que devem ser evitados.

  • DIÓXIDO DE TITÂNIO
    Usado em protetores solares como bloqueador físico e em produtos para clarear e branquear, como algumas pastas de dentes. É geralmente bem tolerado pela pele mas estudos que mostram que as nanopartículas podem penetrar na pele e são potencialmente perigosas: testes com ratos mostraram que os animais sofreram alterações no ADN potencialmente cancerígenas em apenas cinco dias.
  • LAURIL ÉTER SULFATO DE SÓDIO (SLS)
    Detergente e surfactante que produz espuma e está em quase tudo: cremes, champôs, amaciadores ou dentífricos. Noutras doses e concentrações é usado em limpeza industrial. Muitas marcas estão a substitui‑lo por um surfactante mais suave, o cocoanfoacetato de sódio.
  • FENOXIETANOL
    Usado como estabilizador em perfumes e conservante em cremes. Tem sido apontado como depressor do sistema nervoso central, além de provocar manifestações cutâneas alérgicas. Em 2008 a FDA (agência federal norte‑americana que supervisiona medicamentos e cosméticos) emitiu um comunicado a alertar as recem‑maes para um creme para o peito que continha esta substância e que provocava vómitos e diarreia em lactentes.
  • PARABENOS
    Usados para evitar a propagação de fungos que se desenvolvem em tudo o que tenha óleo e água. Além das alergias que podem causar na pele, são absorvidos pelo organismo e podem causar alterações a nível endocrinológico. Em 2014, a Comissão Europeia proibiu a venda de cosméticos com estes parabenos: isopropilparabeno, isobutilparabeno, fenilparabeno, benzilparabeno e pentilparabeno.

MANTENHA‑SE ATENTO

Todos os anos são retirados do mercado produtos cosméticos que não cumprem normas da União Europeia. Em 2017 foram retirados pelo menos três produtos: cosméticos da marca Biocode, por conterem o conservante proibido methylisothiazolinone; todos os produtos para cabelos da marca RICH, por conterem substâncias proibidas como um tipo particular de conservantes e de filtro solar; e alguns lotes de produtos da marca Depuralina, por conterem o conservante proibido isobutylparabeno. Informações em www.infarmed.pt.