A ciência está a descobrir o segredo para a longevidade do cérebro

Há cérebros e cérebros. Há idosos e idosos. Há envelhecer e envelhecer – e não tem obrigatoriamente de ser da pior maneira. Até porque a ciência revela que há mais do que um tipo de célula no cérebro nos idosos que passam os 80 anos e continuam despertos, atentos, com boa memória, e capacidades cognitivas acima da média – até mesmo em melhor estado do que alguns adultos anos mais novos.

Os cientistas referem que há estudos que mostram que os idosos mais extrovertidos e menos neuróticos são mais resistentes à passagem dos anos e mantêm a cabeça fina. E está tudo dentro da cabeça.

há células no cérebro que ajudam a superar o avanço do calendário sem perder a atenção e a memória.

O estudo divulgado no jornal britânico The Guardian avança que os cientistas esperam que análises do que existe no cérebro dos velhos mais ativos e espertos ajudem a perceber por que razão alguns são mais resistentes do que outros e, além disso, se deem passos importantes na compreensão das causas da doença de Alzheimer e outras demências.

O que separa um idoso de outro? Na verdade, um dos fatores pode ser um tipo de células no cérebro que o estimule. «Não faz muito tempo que pensávamos que a única trajetória que havia era envelhecer e ficar senil», referiu Emily Rogalski, professora da norte-americana Northwestern University, na reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência em Austin, no Texas, citada pelo The Guardian.

A longevidade é uma pérola para a investigação científica. Perceber como se vive mais tempo e com faculdades preservadas também. Rogalski faz algumas revelações ao jornal britânico. Quem vive mais e melhor tem mais neurónios Von Economo, como são conhecidos. Esses neurónios foram descobertos no cérebro de 10 «super idosos» depois de morrerem e foram detetados numa área importante para a atenção e para a memória.

«Estes neurónios também são encontrados num pequeno grupo de mamíferos superiores e pensa-se que aumentam a comunicação»

Nas suas pesquisas, os cientistas também andaram atentos a uma proteína do cérebro ligada ao Alzheimer e detetaram casos em que essa proteína estava deformada, mas que ainda assim as capacidades de cognição e memória nos mais velhos se mantinham.

Cada caso é um caso. Há idosos que fumam e que bebem e que vivem mais tempo do que alguns que não têm qualquer vício. Aqui pode haver uma predisposição genética e quando a isso se juntam células específicas no cérebro, parece ser a fórmula ideal para viver mais e com qualidade.