Catarina Oliveira: líder digital aos 16 anos

Catarina Oliveira, estudante de Ílhavo, quer envolver pais, professores e alunos na luta por mais cibersegurança (Foto: Tony Dias/Global Imagens)

Texto de Pedro Emanuel Santos

“Não é por todas as vidas serem perfeitas no Instagram que é assim a vida real.” A frase não foi enunciada por um investigador, por um professor ou por um especialista em redes sociais. É de Catarina Semedo Oliveira, 16 anos apenas, uma das melhores alunas do Agrupamento de Escolas de Ílhavo e representante de Portugal no Safer Internet Forum, realizado em novembro, em Bruxelas (Bélgica), e que juntou, entre outros, jovens de quase duas dezenas de países europeus.

Catarina é jovem na idade e madura nas ideias. Tanto assim que as que apresentou no encontro internacional sobre cibersegurança, enquanto líder digital nacional, serão estudadas, daqui em diante, para que possam converter-se em estratégia global de combate a males maiores da internet. “A nossa missão é regressar aos países de origem e encontrar forma de mostrar e divulgar o que foi discutido. As redes sociais podem ser uma boa ajuda nesse sentido”, destaca.

O Safer Internet Forum, que se realiza anualmente, junta personalidades de áreas diversas. De políticos a juízes, de investigadores a Organizações Não Governamentais, de jovens a pais e de professores a peritos informáticos. Todos tentam acautelar perigos de uma realidade que se transforma a toda a hora e que muitas vezes finta estratégias de prevenção que pareciam as mais adequadas.

Também em novembro último, Catarina Oliveira integrou o BIK Advisory Board, outro fórum a nível europeu que agrega várias entidades e que tem por objetivo delinear normas jurídicas para uma internet mais segura.

Catarina ouviu, falou e absorveu tudo o que recolheu durante essas experiências. A frequentar o 11.º ano de Ciências e Tecnologias e com o curso de Medicina como objetivo final – “sempre sonhei ser médica” -, tem-se destacado pela intensa participação cívica, algo cada vez mais incomum entre os jovens do ensino secundário. “Faço parte de vários projetos, sobretudo ligados à questão da utilização da internet. Procuro sempre envolver professores, pais e alunos nas discussões”, revela. Foi, por exemplo, a oradora mais nova de uma conferência internacional realizada em Coimbra sobre cibersegurança. “Falei sobre a ética nas novas tecnologias”, descreve.

Exemplos de um caminho de intervenções públicas que lhe parecem estar no sangue. Pelo meio, não descura os estudos e tem nas notas altas que regularmente alcança um enorme orgulho, símbolo da busca pelo objetivo maior chamado Medicina.