O que é que cantar no chuveiro diz de si

Ponto final num dia altamente stressante. Vai tomar um banho quente e retemperador, à procura de um momento de relaxamento. Quando dá por si, está a cantar – e até soa bem. Depois, até se sente outra pessoa. Certamente já lhe aconteceu. É uma coincidência? Nada disso.

A verdade é que dar largas aos dotes musicais durante o banho é mesmo uma injeção de boa disposição. E a ciência ajuda a explicar o fenómeno. Um estudo realizado na Universidade de Tsurumi, em Yokohama (Japão), revelou que cantar tem efeitos positivos ao nível da pressão arterial, da respiração e da frequência cardíaca.

Como é que os investigadores chegaram a essa conclusão? Começaram por medir os sinais vitais às “cobaias”. Depois, pediram-lhes que cantassem, por pouco mais de três minutos. Ao fim desse tempo, os participantes no estudo foram submetidos a novos testes. E o resultado foi uma “queda positiva” em todos os parâmetros: tanto na pressão arterial como na frequência cardíaca e no ritmo da respiração. Os três minutos de cantorias traduziram-se ainda em níveis mais baixos de cortisol no sangue, a hormona responsável pelo stress.

Além disso, ao cantarmos, respiramos mais profundamente, o que melhora a oxigenação do organismo. Quando a isso se junta o efeito revitalizante da água, forma-se uma espécie de cocktail regenerador perfeito. Por isso, há até investigadores que comparam os efeitos de cantar no banho aos da meditação.

E não admira que quem canta no banho ande mais bem disposto. Quando se canta, o cérebro liberta tanto endorfinas (neurotransmissores associados ao relaxamento, que também reduzem a perceção da dor) e dopamina – que gera uma sensação de prazer e satisfação. Satisfação essa a que não é alheio o facto de a nossa voz soar melhor no banho. Como? A superfície lisa e as dimensões reduzidas da banheira fazem o som reverberar, o que ajuda a encorpar a voz.

Boas cantorias!