Texto de Ana Sofia Reis
Patches é uma cadela de uma família de Williamsport, na Pensilvânia (Estados Unidos da América). Tem nove anos e, recentemente, aquilo que achavam que não passava de um inchaço na cabeça e que acabaria por desaparecer era, afinal, um tumor cancerígeno. Como a saliência não parava de crescer, Danielle Dymeck, dona de Patches, resolveu procurar Michelle Oblak, uma médica veterinária cirúrgica e especialista em oncologia.
A cadela foi encaminhada para a Universidade de Ontário, no Canadá, e a primeira etapa consistiu na remoção do tumor. Em situações como esta, além de retirar o cancro e a parte do crânio onde estava alojado, é colocada uma malha de titânio. Em vez disso, usaram um novo procedimento: uma espécie de capacete impresso em 3D com as medidas exatas da cabeça da cadela. Ao contrário do que possa parecer, é um método mais barato e mais rigoroso do que os convencionais.
A doença podia ter sido fatal se não tivesse sido tratada a tempo e, para isso, foi removida 70% da estrutura craniana. “Há pouco espaço para o erro. Estamos a falar de uma margem de menos de dois milímetros ou então a prótese não serve”, refere Michelle Oblak. A operação correu bem e, em menos de duas semanas, a cadela ficou curada do tumor.
Apesar de Patches ter ficado com uma orelha torta, a dona ficou radiante com o sucesso da cirurgia. Mas nem tudo correu bem. Curada do cancro, apareceu-lhe outro problema, desta vez na região lombar, que lhe paralisou as patas traseiras. Recusa usar cadeira de rodas, apropriada para ela, preferindo arrastar-se para se conseguir deslocar. “Sinto-me uma sortuda por ser dona dela. Continua a ser a chefe de casa”, remata Danielle.