
Texto de Pedro Emanuel Santos
Bruno Sarmento tem 40 anos e tornou-se o primeiro português a presidir ao mais prestigiado grupo internacional ligado à nanomedicina, a ciência que junta a medicina à nanotecnologia na busca de novos medicamentos para doenças como a sida e o cancro.
O investigador portuense está à frente, desde julho, de um dos cinco Focus Group da Controlled Release Society (CRS), diretório que abarca 3 500 cientistas, académicos, engenheiros e industriais de todo o mundo ligados ao desenvolvimento de medicamentos e demais avanços da ciência no campo da medicina.
Durante o mandato, Bruno Sarmento pretende aprimorar a divulgação de processos de investigação científica. Numa era em que a internet aproxima de forma rápida e eficiente quem está em diferentes pontos do mundo, o objetivo é lançar seminários online participados por peritos internacionais.
“A ideia é que as apresentações para várias áreas da nanomedicina possam ser feitas em plataformas digitais, sem necessidade de as pessoas terem de se apresentar presencialmente num evento para o efeito”, descreve.
Outra das ambições passa por estabelecer um “programa com farmacêuticas de forma a proporcionar estágios a jovens investigadores que possam depois migrar para uma carreira na indústria”.
É com esses dois propósitos principais concretizados que Bruno Sarmento conta apresentar-se no próximo congresso da CRS. Ele e a equipa de vice-presidentes que escolheu, da qual fazem parte outros quatro portugueses, além de uma norueguesa e de um americano.
Investigador do i3s – Instituto de Investigação e Inovação em Saúde, sediado no Porto e um dos mais prestigiados do mundo, professor no Instituto Universitário de Ciências da Saúde, em Paredes, e docente convidado da Universidade de Belfast (Irlanda do Norte), Bruno Sarmento já desenvolveu trabalhos em Espanha, Dinamarca e Canadá.
Enquanto durar a liderança da nova aventura internacional, Bruno não largará a investigação e a docência, acumulando tudo com as novas funções. “O trabalho é realizado à distância, por exemplo por Skype. Não há qualquer impedimento para que a divulgação científica seja feita dessa forma”, garante o cientista, que quer dar novos e valiosos contributos à nanomedicina, área que junta equipas multidisciplinares formadas por médicos, cientistas, informáticos, engenheiros e biólogos moleculares e que contribuiu para a descoberta de cerca de 150 novos medicamentos.