Afinal, acupuntura pode não servir para nada

Texto de Alexandra Pedro | Fotografia de Shutterstock

«Não existem evidências científicas suficientes», «provou-se a sua ineficiência», «são necessários mais estudos». Estas são apenas algumas das conclusões dos estudos revistos pela Cochrane Collaboration – organização criada para analisar e responder aos resultados das investigações medicinais – sobre os efeitos da acupuntura no tratamento de várias doenças, entre elas a depressão.

A depressão, artrites, problemas em dormir ou a vontade de deixar de fumar são algumas das preocupações ou malefícios que conduzem mais pacientes para as medicinas alternativas ou tradicionais. A essas, a Organização Mundial de Saúde reconhece a importância e que por vezes são subestimadas pelos serviços de saúde. Ainda assim, alerta para a o uso adequado desta técnica para aumentar a credibilidade e a confiança dos consumidores. No entanto, de acordo com o El País, no caso da acupuntura nem mesmo em relação a dores nos ombros se podem comprovar os efeitos desta técnica chinesa.

Professor da Universidade Autónoma de Madrid, José António López considera que é difícil avaliar os resultados tendo em conta que muitas das vezes consistem no efeito placebo – as melhorias são provenientes da crença do paciente. «Alguns estudos mostram que esta terapia tem mais efeito se quem colocar as agulhas no corpo for asiático ao invés de ser caucasiano», explica López.

Para o bioquímico J. M. Mulet a explicação para os resultados da acupuntura é simples: «se tens uma dor crónica localizada numa parte do corpo e te colocam uma agulha noutro lugar, o cérebro desperta e ignora a dor no sítio que doía originalmente”.

«A acupuntura é um dos tratamentos alternativos mais estudados do ponto de vista científico. A conclusão é que os benefícios são obtidos pelo efeito placebo», reforça Patricia Pozo Rosich, coordenadora do grupo de estudos da Sociedade Espanhola de Neurologia.