6 sinais precoces (e aparentemente banais) da doença de Alzheimer

Alzheimer
(Fotos: Shutterstock)

Cada pessoa é única, com características pessoais próprias que incluem estas da lista – apontadas como sinais precoces de Alzheimer. E sim, pode apresentar um ou mais destes sintomas, em diferentes graus, sem nunca chegar a desenvolver a doença, pelo que não convém entrar já em carambola. Ainda assim, o melhor é conhecê-los.

NAVEGAÇÃO ESPACIAL

A avaliar por um estudo da Universidade de Washington, EUA, realizado com a ajuda de um labirinto virtual, ter fraco sentido de orientação e grande dificuldade em formar um mapa mental de ambientes e trajetos será o primeiro sintoma indicativo de que aquela pessoa poderá vir a ter Alzheimer. Participantes diagnosticados tiveram pior desempenho do que o grupo saudável, mas aqueles com predisposição para a doença (níveis mais baixos de determinado biomarcador), mesmo não apresentando sintomas, também mostraram dificuldade nas tarefas propostas. O que não quer dizer que fique já aí a stressar se se perder a caminho de um novo destino.

SONO

Um estudo publicado no jornal médico Neurology descobriu que pessoas com distúrbios de sono – insónias à noite, sonolência durante o dia e outros – apresentavam mais marcadores biológicos para o Alzheimer no fluido cerebroespinal do que aquelas que não têm dificuldade em dormir. Para os cientistas, ainda não é claro se é o Alzheimer que afeta a qualidade do sono ou o inverso, embora seja certo que estas perturbações favoreçam a acumulação de beta-amiloide (uma proteína presente no cérebro de quem tem a doença).

NARRATIVA

Um outro estudo da investigadora Janet Cohen Sherman, realizado no Hospital Geral de Massachussets, EUA, apurou que quem conta histórias longas, usando um vocabulário repetitivo e sem conseguir ir direto ao assunto, pode muito bem estar a manifestar os primeiros indícios cognitivos de uma fase inicial da doença (claro que também pode ser só chato). Posto isto, o passo seguinte é tentar criar um método para detetar os sinais iniciais em pessoas (ainda) saudáveis, de modo a poderem ser tratadas antes de perderem memória.

ANSIEDADE

Que a ansiedade não faz bem a ninguém já nós sabíamos. O que a maioria de nós desconhece é que sintomas de ansiedade agravados na idade adulta podem indicar desenvolvimento de Alzheimer no futuro, segundo uma pesquisa publicada pelo The American Journal of Psychiatry. Ao que parece, sintomas de ansiedade estão diretamente relacionados com a progressão no cérebro da proteína beta-amilóide (a mesma de que lhe falámos há pouco a propósito dos distúrbios de sono).

OLFATO

E a lista de sinais aparentemente banais não se fica por aqui. Uma investigação publicada no Journal of the American Geriatrics Society concluiu que pessoas com dificuldade em reconhecer os cheiros a couro, peixe, hortelã, rosas e laranja têm duas vezes mais probabilidade de vir a desenvolver demência. Mais: o aumento do risco é proporcional à quantidade de cheiros que não conseguem identificar. Também um estudo canadiano de 2017 vai no mesmo sentido ao relacionar o risco de Alzheimer com a incapacidade de se distinguir o cheiro a limão, pastilha elástica e gasolina.

SONHOS

E por último, mas não menos importante, vêm os sonhos. Neste caso pesadelos violentos e recorrentes, em que a pessoa que dorme se sente atacada, perseguida ou alvo de outra situação causadora de níveis idênticos de stress, afirma o médico Nicholas Oscroft, especialista em sono do Royal Papworth Hospital, em Cambridge, Reino Unido. Estes sonhos maus podem surgir até dez anos antes de outros sintomas mais comuns da doença, como as falhas de memória.