Texto de Sara Oliveira
Os desafios caem ao minuto e Pedro Ribeiro quase não tem tempo para pensar que está num país que não é o seu, longe da família, no calor da Arábia Saudita. Aos 42 anos, é gestor de topo no Médio Oriente, onde chegou em 2013.
A carreira de sucesso começou ainda antes de se formar em Gestão. “Aos 19 anos, geria uma equipa de 24 pessoas no NorteShopping, em Matosinhos.” Por ter começado muito jovem e numa área em grande crescimento, frequentou diversas conferências internacionais de “commercial real estate”.
Aos 42 anos, Pedro Ribeiro é gestor de topo no Médio Oriente.
Em 2004, aceitou o convite para ingressar na equipa de gestão do The Style Outlets. Dois anos depois, o espaço vila-condense ganhou o prémio de melhor Centro Comercial da Europa no formato outlet. Essa distinção impulsionou o salto para o estrangeiro, bem longe de Cascais, onde nasceu. Espanha foi o primeiro destino além-fronteiras e durou um ano e meio, entre 2008 e 2010, despertando o interesse de outros mercados, como o emergente Médio Oriente.
“Fui abordado em 2012 pela mais reconhecida empresa de recrutamento do mundo. Acompanhavam o meu trabalho desde que ganhámos o prémio europeu em 2006”, conta, revelando que cumpriu “um longo processo de recrutamento que durou oito meses”.
Analisado o currículo, efetuadas as entrevistas e duas visitas ao Qatar e ao Dubai, Pedro Ribeiro foi convidado “para liderar o Mall of Qatar em 2013”. Uma proposta “irrecusável” a que se seguiram outros desafios na mesma região.“Neste momento, estou a gerir o maior grupo da Arábia Saudita, sou o responsável pela gestão de 25 centros comerciais”, partilha, realizado com tantas conquistas, como “a primeira licença para a exibição de filmes em salas de cinema após mais de três décadas de interdição”. Um orgulho “por fazer parte de um marco histórico na Arábia Saudita”.
“Neste momento, estou a gerir o maior grupo da Arábia Saudita, sou o responsável pela gestão de 25 centros comerciais” (Pedro Ribeiro)
“As diferenças culturais, os costumes e as mentalidades ultraconservadoras são entraves que se refletem em termos profissionais, sobretudo em períodos religiosos como o Ramadão.” Ainda pouco acostumado a essa realidade, sabe que “o grande segredo é aceitar e respeitar a cultura, sem cair na tentação de mudar os hábitos ou as tradições profissionalmente implementadas”.
No entanto, para Pedro, o maior desafio “é estar longe da mulher e de toda a família”. Sempre que a agenda o permite, regressa a Portugal ou viaja para um destino mais perto da Europa, “nem que seja só por algumas horas”, para matar saudades. Voltar de vez é vontade expressa, pois deseja “contribuir para o sucesso do país”, embora lamente “que os melhores especialistas, essenciais ao crescimento e ao desenvolvimento, estejam a trabalhar no estrangeiro uma vez que as empresas portuguesas não têm lugar para eles”.