Valete: Do cinema para a poesia suburbana

Notícias Magazine

Texto Marcelo Teixeira Fotografia Gustavo Bom/Global Imagens

Valete não se recorda de qual o primeiro filme que viu no grande ecrã, mas aponta para «algum da Disney». Mágicos e inspiradores, agarraram o cantautor, que vai «praticamente todas as semanas às salas de cinema do El Corte Inglês em Lisboa». Gosta de uma mão-cheia de realizadores e «todos por diferentes razões».

Lançou dois álbuns (Educação Visual, 2002, e Serviço Público, 2006) e está de volta com Rap Consciente, tema que leva já mais de cinco milhões de visualizações no YouTube.

Destaca 21 Gramas (de Alejandro González Iñárritu) como «o filme da minha vida» e elogia a audácia do realizador mexicano em fazer passar «mensagens fortes e pela capacidade de gerir grandes atores».

Sugere Woody Allen pela «qualidade dos diálogos e pela rara sensibilidade humana», Tarantino pela «peculiaridade», Ridley Scott pelos projetos «megalómanos» e Jacques Audiard «pela atenção aos pormenores e por produzir grandes obras com orçamentos nada hollywoodescos».

Formado em Ciências da Comunicação, batizado pelos pais santomenses como Keidje Lima, Valete cresceu nas ruas da Damaia, onde ainda vive. Lançou dois álbuns (Educação Visual, 2002, e Serviço Público, 2006) e está de volta com Rap Consciente, tema que leva já mais de cinco milhões de visualizações no YouTube.

Mas para ele, a «ditadura das visualizações» é o principal empecilho à execução de «grandes obras». O autor («liricista» na gíria do hip hop) continua a «encontrar soluções para os versos no cinema». «Gostaria de escrever argumentos para filmes» e, no futuro, quer tornar as suas faixas «mais cinematográficas, num registo de curta-metragem ao invés do videoclip».