Taco a taco no feminino

Texto de Ana Patrícia Cardoso | Arquivo DN

Quando soou o apito final, no campo das Amoreiras, o placard marcava 6×0, com vantagem para o Porto. Promovido pelo Belenenses, o encontro seria uma manobra de propaganda para promover este desporto no feminino. O grande acontecimento era a apresentação da equipa do Feminino Atlético do Porto, num jogo contra as organizadoras. A 13 de junho, o Diário de Notícias dava conta da enorme afluência ao encontro.

As visitantes deliciaram os presentes com uma goleada, «exercendo grande vantagem em todo o tempo e tirando também partido da irregular exibição da guarda-redes adversária», lia-se no DN.

Ao intervalo, as portistas já tinham marcado quatro golos, pelos sticks de Alexandrina Pinto e Emília Maria, a mesma que marcaria os outros dois na segunda parte. Numa época em que este desporto era considerado rude para as mulheres, ouviam-se aplausos «nas fases mais animadas da partida».

Foi em Inglaterra que as primeiras equipas femininas começaram a surgir nas universidades, durante a década de 1880. Com o crescente interesse e iniciativa feminina, a modalidade foi ganhando apoiantes. Atualmente, o hóquei em campo é uma das modalidade a nível mundial que tem mais expressão no feminino (51%) do que no masculino (49%), segundo dados da Federação Portuguesa de Hóquei, fundada em 1948. Em Portugal, quatro equipas femininas e nove masculinas iniciaram a época 2016-17.

CAMPEONATO NACIONAL
O CF Os Belenenses venceu o primeiro Campeonato Português da Primeira Divisão de Hóquei em Campo Feminino, que se realizou em 1999-2000.