Oposição Democrática na Venezuela distinguida pelo Parlamento Europeu

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Na próxima quarta-feira, 13 de dezembro, o presidente da Assembleia Nacional Venezuelana e o autarca de Caracas, juntamente com vários presos políticos, são reconhecidos, pelo PE, pela sua luta pela liberdade de pensamento naquele país da América Latina.

“Este prémio não reconhece apenas a luta corajosa da oposição democrática na Venezuela. O Parlamento Europeu também deseja homenagear o povo venezuelano: todos os que foram presos por expressar a sua opinião, os que lutam para sobreviver diariamente por causa de um regime brutal, as famílias de luto porque perderam os seus entes queridos em meses de protestos ininterruptos de liberdade”, afirmou o Presidente do PE, Antonio Tajani, quando anunciou o vencedor deste ano.

Julio Borges e Antonio Tajani, © European Union 2017 – EP

Com este reconhecimento, o PE apela também a uma transição pacífica para a democracia na Venezuela onde, em março deste ano, o Supremo Tribunal privou a Assembleia Nacional democraticamente eleita do seu poder legislativo.

Neste momento, segundo o Fórum Penal Venezuelano, há cerca de 310 presos políticos, entre os quais vários líderes da oposição que agora recebem o prémio, estimando-se em 130 o número de mortos nas sucessivas manifestações de rua.

“Não se trata apenas de um confronto político na Venezuela. Trata-se de um confronto essencial, existencial, baseado em valores”, resumiu então Julio Borges.

O Prémio Sakharov
O Prémio Sakharov do Parlamento Europeu para a Liberdade de Pensamento, no valor de 50.000€, é atribuído desde 1988 a personalidades ou entidades que lutam pela defesa dos direitos humanos e liberdades fundamentais. Nelson Mandela (1988), Xanana Gusmão (1999), o bispo angolano Zacarias Camuenho (2001), a paquistanesa Malala Yousafzai (2013, posteriormente Prémio Nobel da Paz) ou as duas jovens yazidis Nadia Murat e Lamiya Aji Bashar, sobreviventes da escravatura sexual do Daesh (2016), foram apenas alguns dos galardoados.

A ambientalista e defensora dos direitos dos povos indígenas guatemalteca Aura Lolita Chavez e o jornalista de nacionalidade sueco-eritreia Dawit Isaak foram os outros finalistas do prémio este ano, juntamente com os venezuelanos.