O que devem comer os bombeiros durante os incêndios?

Notícias Magazine

Texto de Sara Dias Oliveira | Fotografia de Rui Oliveira/Global Imagens

A alimentação é importante em qualquer altura. Em tempo de incêndios, mais ainda. No caminho até ao local do fogo, os bombeiros não podem descurar a hidratação, água com fartura e nada de bebidas açucaradas ou com cafeína – e muito menos bebidas alcoólicas. Durante o combate às chamas, devem ingerir água com frequência, mesmo sem sede, e alimentos ricos em hidratos de carbono, como pão, cereais, ou fruta, «para colmatar necessidades energéticas e proporcionar um melhor desempenho do sistema imunitário e mental.» Como transpiram bastante, é necessário repor os níveis de sódio através de bebidas e dos líquidos absorvidos dos alimentos.

As bananas, os citrinos, a limonada, e sumos de laranja ou de tomate ajudam a repor os níveis de potássio. Os bombeiros precisam fazer pausas frequentes de forma a reestabelecer os níveis de energia e hidratação. Estas são algumas indicações do primeiro manual com recomendações alimentares que acaba de ser publicado pela Direção-Geral da Saúde, através do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável.

A população tenta ajudar os bombeiros, como pode, em situações de aperto, em cenários complicados. O que dar aos bombeiros nos dias de combate aos incêndios? Nas refeições intermédias, muita água, marmelada e compotas, bolachas e tostas, fruta fresca, fiambre, queijo, carne assada, leite achocolatado, iogurte, nozes, amendoins, castanhas, caju. E nada de massas folhadas, rissóis e croquetes, produtos de charcutaria e salsicharia, de pastelaria e confeitaria, fritos, ou fast food.

Atividade física intensa, exposição a temperaturas inimagináveis, inalação de partículas pouco recomendáveis à saúde, stress constante, desgaste emocional, horas de sono perdidas. A alimentação ajuda a recuperar energia e forças em ambientes extremamente duros.

As necessidades nutricionais dos bombeiros variam ao longo do ano. No verão, já se sabe, os soldados da paz vivem situações de risco e de extrema exigência física e psicológica. Atividade física intensa, exposição a temperaturas inimagináveis, inalação de partículas pouco recomendáveis à saúde, stress constante, desgaste emocional, horas de sono perdidas. Não é fácil e a alimentação não pode ser ignorada em condições extremas.

PARA SABER O QUE FAZER EM CASO DE FOGO – LEIA AQUI.

O manual sugere um kit alimentar individual para situações de emergência. Depois de vários cálculos, sugerem-se alguns menus para dias intensos de combate aos fogos. Um dos menus recomenda café, açúcar, bolachas Maria e queijo fundido ao pequeno-almoço. Uma barra de nozes ou tâmaras e um sumo de fruta na merenda da manhã. Ao almoço, massa à bolonhesa, atum em óleo, doce de maçã, café solúvel. A meio da tarde, bolachas de água e sal, bebida para desportistas. Ao jantar, paella de frango, sardinha em conserva de tomate, marmelada, café solúvel. E à ceia bolachas de água e sal, café solúvel, bebida para desportistas. Rebuçados e caramelos e pastilhas elásticas para higiene oral também são recomendadas neste kit.

O risco de desenvolver doenças cardiovasculares é maior nos bombeiros, devido à sobrecarga física e emocional exigida quando estão no combate aos incêndios.

De resto, nos períodos de baixa atividade, os bombeiros devem seguir uma alimentação saudável recomendada a toda a população. Um pequeno-almoço completo, variado e equilibrado. Iniciar o almoço e o jantar com uma sopa de hortícolas rica em vitaminas e minerais, duas porções diárias de laticínios, mais peixe e carnes brancas no prato, três a cinco porções de fruta por dia, eleger a água como bebida de eleição, preferir grelhados e cozidos com pouca gordura.

A saúde ressente-se quando o corpo está sujeito a ambientes hostis. O risco de desenvolver doenças cardiovasculares é maior nos bombeiros, devido à sobrecarga física e emocional exigida quando estão no combate aos incêndios. Há também dados que sugerem que os hábitos alimentares destes profissionais conduzem a um aumento do peso e ao desenvolvimento de doenças crónicas não transmissíveis.