Doenças respiratórias: o que fazer contra a falta de ar

Texto de Sara Dias Oliveira

Asma, Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC), pneumonia, fibroses, tumores, bronquietasias, patologia pleural, tuberculose, gripe. As doenças respiratórias não são brincadeira e quando se manifestam é preciso cuidado. Atacam o sistema respiratório, afetam as vias por onde o ar circula, não dão descanso ao nariz, pulmões, pleuras, caixa torácica e músculos respiratórios.

Há patologias que se manifestam de forma aguda como a pneumonia ou a gripe. Há situações mais crónicas como o enfisema, a asma, ou mesmo o cancro do pulmão. E a ideia de que quem sofre de doenças respiratórias deve estar parado para evitar a falta de ar está ultrapassada. O exercício físico adequado ao estado da doença faz bem e recomenda-se.

Dificuldade respiratória, quer em repouso quer durante a realização de tarefas do quotidiano, tosse ou expetoração, cansaço e fadiga, são alguns dos sintomas de que alguma coisa não está bem.

«É muito relevante que pessoas com doença respiratória evitem situações de mudanças bruscas de temperatura ou de ambientes com ar muito frio», diz Maria Conceição Gomes.

«O ambiente altera o percurso do doente e da doença. Isto acontece, por exemplo, com a chegada do tempo mais frio que tem um impacto no organismo e gera situações como o esfriamento da mucosa nasal, que parece induzir uma diminuição das suas defesas, a vasoconstrição causada pelo frio leva a um menor aporte dos leucócitos às áreas expostas», refere Maria Conceição Gomes, presidente da Associação Nacional de Tuberculose e Doenças Respiratórias (ANTDR).

Se não houver cuidados, a tosse e a pieira acabam por aparecer. «Neste sentido, é muito relevante que pessoas com doença respiratória evitem situações de mudanças bruscas de temperatura ou de ambientes com ar muito frio», diz a responsável.

O frio já chegou, o inverno aproxima-se, e é preciso atenção para que a respiração não sofra. Para fortalecer o sistema imunitário, é importante uma alimentação saudável rica em fruta e ingerir muitos líquidos. É de evitar ambientes com elevado grau de poluição, bem como o contacto com pessoas constipadas ou com gripe.

«As doenças respiratórias crónicas têm sintomas gradualmente mais incapacitantes que podem comprometer a realização de coisas tão simples como tomar banho e secar o cabelo».

«As doenças respiratórias crónicas caracterizam-se por sintomas gradualmente mais incapacitantes e que chegam a comprometer a realização de pequenas atividades do quotidiano, como tomar banho, secar o cabelo, por exemplo, gerando uma redução da qualidade de vida do doente», refere Maria Conceição Gomes.

Este e outros assuntos estão em análise até 29 de novembro na iniciativa Respirar Ponto – Viver em Plenos Pulmões, da ANTDR no espaço AtmosferaM, em Lisboa. Há rastreios respiratórios, conferências, atividades culturais, uma exposição dos trabalhos realizados pela associação para celebrar o seu 28.º aniversário.

Todas as atividades são de livre acesso e dirigem-se a todos. A importância da qualidade do ar que se respira nas cidades, as estratégias desenvolvidas para garantir a qualidade atmosférica nos espaços urbanos, soluções inovadoras que são implementadas para aumentar a sustentabilidade e qualidade de vida dos cidadãos, são alguns dos temas em destaque.