Como combater o excesso de transpiração

Notícias Magazine

Texto Sofia Teixeira | Fotografia Shutterstock

Por muito incómodo que seja, o suor é um mecanismo necessário para dissipar o calor gerado pelo nosso metabolismo, uma espécie de regulador de temperatura que ajuda a manter o corpo dentro dos 36,5 graus habituais. Na realidade, estamos quase sempre a transpirar, mas como o fazemos em quantidades pequenas, o suor evapora rapidamente e não se nota.

O suor é produzido pelos três milhões de glândulas sudoríparas que temos no corpo, e é liberado sobretudo na zona das axilas, mãos, virilhas e pés.

Já quando o calor é muito, estamos a fazer desporto, ficamos nervosos ou sofremos de uma condição benigna chamada hiperidrose ou hipersudorese, a velocidade com que evapora não é suficiente para evitar as manchas que nos deixam embaraçados. As teorias mais consensuais atribuem o excesso de transpiração a uma hiperatividade no sistema nervoso simpático, responsável entre outros, pela reação do corpo a situações de stress aumentado.

O suor é produzido pelos três milhões de glândulas sudoríparas que temos no corpo, e é liberado sobretudo na zona das axilas, mãos, virilhas e pés. A quantidade normal libertada pelo corpo é de cerca de um litro por dia, mas uma pessoa com um problema de hiperidrose – que atinge aproximadamente 3% da população – pode chegar a oito litros diários. Apesar disso, acredite ou não, o suor não cheira mal porque é constituído por cerca de 99% de água. O que acontece é que ao atingir a superfície da pele, ou seja, o exterior do corpo, fica sujeito à ação das bactérias que lhe conferem odor.

As pessoas que mudam de camisa várias vezes por dia, que pegam numa folha e a deixam molhada, que não conseguem usar sandálias porque elas escorregam, acabam por desenvolver ansiedade social.

Raras vezes o suor em excesso é um problema do ponto de vista clínico, mas é-o do ponto de vista pessoal e social, interferindo na qualidade de vida e no bem-estar de quem sofre com ele. As pessoas que mudam de camisa várias vezes por dia, que pegam numa folha e a deixam molhada, que não conseguem usar sandálias porque elas escorregam, acabam por desenvolver ansiedade social.

Por isso, quem sofre da condição deve discuti-la sem preconceitos com o médico de família ou com um dermatologista porque não é uma fatalidade e há várias hipóteses para minimizar o problema.

ANTITRANSPIRANTES

O desodorizante normal não previne a transpiração, mas há no mercado várias marcas de antitranspirantes, produtos específicos para bloquear a transpiração nas axilas (formato roll-on) e nas mãos e pés (formato creme ou loção). Têm por base o cloreto de alumínio na composição e para pessoas cujo problema não seja grave resultam. Embora sejam de venda livre, podem deixar a pele sensível, por isso é conveniente ler bem as instruções antes de usar e procurar opinião médica.

BOTOX

A toxina botulínica tipo A, (mais conhecida pelo nome comercial de uma das marcas, o Botox) pode ser aplicada por um dermatologista e funciona com inibidores das glândulas sudoríparas localmente, no sítio onde é aplicada, com efeitos que duram entre sete meses e um ano. O efeito não é uniforme em toda a gente, mas em muitos casos elimina totalmente a produção de suor, noutros reduz muito significativamente. Não costuma apresentar efeitos secundários e pode ser aplicada nas mãos, pés, axilas e na região frontal do rosto.

LASER

É umas das hipóteses de tratamento mais recentes e, como tal, menos estudadas. É usada na zona das axilas onde, depois de um estudo prévio que determina a localização das glândulas sudoríparas axilares mais ativas, estas são eliminadas através do procedimento a laser minimamente invasivo. Os resultados também não são definitivos.

CIRURGIAS

Para casos muito graves de hiperidrose primária é possível fazer uma de duas cirurgias: a simpatectomia torácica endoscópica e a simpatectomia lombar endoscópica, que corta o nervo dentro do tórax ou os bloqueia com grampos. O procedimento é feito com anestesia geral, geralmente tem bons resultados, mas pode desencadear mecanismos compensatórios de excesso de suor noutros sítios, além de ter os riscos inerentes a uma anestesia e cirurgia.